Budapeste – 3º dia

Começamos o dia com um passeio pela Vaci até ao mercado central. Há edifícios lindos pelas imediações mas esta rua em particular continua sem me impressionar. Demasiadas lojas de souvenirs, demasiados restaurantes para turistas. 

Chegamos ao mercado e nova desilusão. Apesar de no rés-do-chão ainda existirem alguns corredores com bancas de legumes, carnes, enchidos e afins a maioria já trocaram a venda de produtos alimentares por souvenirs para os turistas. No primeiro andar, a zona das comidas então é de levar à loucura de tão apinhada que está. 

Damos uma volta rápida, serpenteando entre a multidão que se acotovela de salsichas em punho e fugimos – literalmente – do mercado.

Lá fora está frio mas mesmo assim mais agradável. 

Caminhamos à beira rio até ao palácio das artes, uma construção gírissima junto ao rio, que segundo li tem sido muito controversa entre os locais.

Lá dentro há um museu de arte contemporanêa, lojas, cafés, restaurantes, cá fora esplanadas muito giras à beira rio.

 

Sentamo-nos numa das esplanadas, pedimos umas cervejas e ficamos por ali um bocado a aproveitar o sol que às vezes espreita por entre as nuvens. O Inverno chega cedo a Budapeste e depois de um primeiro dia com sol e 25 graus, os termómetros desceram drasticamente e o frio já começa a apertar.

Levantamos-nos pela hora de almoço e rumamos à  Trattoria Toscana a uns 300 metros distância em frente ao Danúbio.

É um restaurante perfeito para um dia de inverno, todo em madeira, fotos amarelecidas nas paredes, não vi lareira mas se não tem, é o típico sítio onde imaginamos uma a crepitar em dias frios. Em dias de neve e mantas.

Pedimos spaguettis neros, risoto de cogumelos e ossubuco. O serviço demora para lá do aceitável mas o resultado final agrada a todos.

Depois de almoço aproveitamos a proximidade e vamos conhecer as célebres piscinas do hotel Gellert, mesmo em frente.

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Já vi fotos e descrições e as piscinas parecem ser umas autênticas obras primas, tanto as exteriores, rosadas de estátuas, como as interiores, onde já li que a sensação é de estar a nadar dentro de uma capela.

A desilusão porém não poderia ser maior, apesar da imponência do edifício por fora, por dentro o hotel revela-se medíocre, a precisar de uma remodelação urgente. As piscinas interiores cheiram ao Sport Algés e Dafundo e para além de uma estátua ao fundo, não tem nada que se assemelhe aos relatos que li. As piscinas exteriores, mesmo dando o desconto pelo facto de estarem encerradas devido à chegada do Inverno, estão a anos luz da monumentalidade que vi nas fotos.

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Acabrunhados – ou nem por isso- rumamos novamente ao centro  pela rua Vaci. Com a chegada da noite saltam-nos à vista alguns dos bares sinistros que existem nesta rua: até há um que recria uma praia com areia e tudo onde os clientes estão descalços, sentados em espreguiçadeiras a beber cocktails com palmeiras e sombrinhas. Muito mau.

Já na rua Kossuth Lajos o que salta à vista é a monumentalidade dos edifícios. Lindos. Tesouros de um passado imperial. 

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Dizem-nos que muitos filmes supostamente passados em Paris são aqui gravados e percebe-se bem porque.

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Dirigimo-nos novamente para o bairro judeu, já caiu a noite e são horas de ir conhecer o primeiro “ruin bar” de Budapeste, o Simplez Kert. Um conceito do qual nunca tinha ouvido falar mas que se assemelha um bocadinho ao nosso Lx Factory. No fundo são bares que ocuparam prédios antigos prestes a serem demolidos. 

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O Simplez Kert por fora parece estar à beira da derrocada, por dentro é uma profusão de bares entre canos à mostra e cabos eléctricos suspensos. Há wine bars, barras de cerveja e petiscos, bares de nagrilé, um espaço a céu aberto onde se projectam filmes, uma zona de mesas altas onde se servem hambúrgueres, cachorros e afins. 

Tudo com muitos grafittis à mistura, um chão irregular, uma decoração do mais excêntrico possível.

Felizmente são 8 da noite e ainda há mesas livres e nenhuns atropelos, mas algumas horas mais tarde é salve-se que poder.

Cansados e sem grande fôlego ficamos por ali a beber umas cervejas e quando nos levantamos é para assentarmos poiso mesmo na porta ao lado, na Caravan, um pequeno recinto a céu aberto onde meia dúzia de roulotes alinhadas vendem “Street Food”. Há salsichas, hambúrgueres, wraps, saladas e afins. Há mesas corridas e bancos de madeira, ao centro. 

Não é dia de regime e nunca se viu alguém pedir uma salada numa roulotte ;-). Termino a noite com um kit mágico para ensopar cerveja: hambúrguer no pão e batatas fritas. ..Em jeito de despedida que amanhã já é dia de partir para novo destino.

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