E aqui vai a continuação das minhas 24 horas por Londres.
E começando pelo nosso fantástico almoço no Coya, resolvemos escolher o menu de degustação que existe ao almoço, acompanhado de três vinhos diferentes e foi o melhor que fizemos, pois assim conseguimos provar vários pratos.
Como couvert um guacamole maravilhoso acompanhado de tortillas e umas tostas com sabor a camarão.
Para entrada um ceviche de robalo com batata doce, farinha de milho e cebola roxa, um ceviche de atum com soja, sementes de sésamo, uma marinada de courgete, cogumelos shiitake, hortelã e alho e umas espetadas de frango, tudo divinal. Para acompanhar um rosé espumoso de Mendonza, Argentina e ainda um Sauvignon blanc da mesma região.
Como prato principal, um fabuloso arroz Nikkei com Robalo chileno, lima e chili que estava uma maravilha dos deuses e umas costeletas de porco com molho de tamarindo e cajus que estavam também uma delicia. A acompanhar um Malbec também de Mendonza.
Tudo tão bom, tão bom que saímos a flutuar directamente de Mayfair para os céus de Londres. Pode-se visitar o Sky garden fazendo uma marcação pela internet 3 semanas antes do dia pretendido e lá fomos nós.
Vale muito a pena, o edifício é lindo, os jardins aspas e aspas e a vista sobre a cidade é qualquer coisa de maravilhoso. Ainda por cima com a sorte que tivemos de apanhar um dia de céu azul, maravilhoso.
Dos céus descemos para a margem Sul do Tâmisa. Quando aqui vivi às margens do rio foram sempre um do meus passeios favoritos, talvez porque as saudades do mar fossem muitas.
Já tinha ouvido falar muito e bem do Borough Market, um mercado com várias bancas de comida, onde se pode provar especialidades de todo o mundo, mesmo encostado aquela que è a igreja gótica mais antiga da cidade.
Estava curiosa da decepção foi mais que muita. Sim há especialidades de vários países mas cozinhadas numas grandes frigideiras oleosas de onde se exalam uma fragrâncias nada apetecíveis. Muito tempero, muita gordura, muito cheiro a cebola frita. Nada mas nada apetecível.
Desapontada lá prosseguimos por Southbank fora, zona antigamente desprezada e hoje em dia cada vez com mais restaurantes esplanadas, salas de espectáculos, a belíssima Tate Modern, o fantástico Globe Theatre, onde em tempos tive a sorte se assistir a uma esoectaculo encenação do Romeu e Julieta.
Reservámos a segunda parte da tarde para um bairro que se em tempos era completamente desprezado, hoje em dia assume se como o centro da nova movida londrina: Shoreditch. Lojas giras, restaurantes, bares, galerias de arte, design hotéis e graffitis por tudo que é lado.
Sentamo-nos no Boxpark, a beber um copo. É um conjunto de contentores transformados em lojas e bares com esplanadas. Bem alternativo.
Mais clássico é o nosso poiso seguinte, o Hoxton Grill um bar hiper giro, cheio de prateleiras com livros e uns candeeiros fantásticos.
Sentamo-nos aí a recompor do frio que mal começa a cair à noite não dá tréguas.
Um último copo antes de seguirmos para para o Fifteens, o restaurante do Jamie Oliver, que eu fã confessa, há muito desejava conhecer.
Começo por dizer que tenho todos os livros dele, que já fiz dezenas e dezenas das suas receitas e que ainda não houve uma única que não fosse fantástica. Rápidas, deliciosas e as mais das vezes surpreendentes.
Por isso as expectativas eram muitas e infelizmente foram todas defraudadas. É que se há alguma coisa do jantar do Fifteens que eu possa dizer bem é da decoração do espaço, muito acolhedor, e da simpatia do serviço. De resto dos três pratos que pedimos nenhum agradou. Ingredientes pobres, sabores insípidos, uma desilusão tremenda. E eu gosto tanto do Jamie e eu gostava tanto de poder escrever bem sobre este seu restaurante.
Como não estávamos desvairados de fome depois do soberbo almoço que tivemos, resolvemos pedir duas entradas e um prato, tudo para partilhar.
Começámos com codorniz acompanhada de um risotto de alho selvagem e grãos de trigo, amêndoas fumadas e cebola que na verdade, tudo trocado por miúdos não tinha nada que realmente estivesse bom. E o F. adora codorniz e eu adoro risotto.
Depois pedimos um “crispy pig jowl” que nos foi dito que era bochecha de porco, mas afinal veio como um bocado grosso de entremeada, com pouca carne e bastante gordura, com gema de ovo e couve flor. Muito mauzinho e segundo o F. um prato mais digno de estar num roulote à porta do Estádio da Luz em dia de derby do que propriamente no restaurante de um chef famoso.
Como prato principal escolhemos um lombo de bacalhau fresco com couve “hispi”, camarões tão mini mini que nais pareciam aqueles camarões do Sado que se vendem em Alcácer do Sal à laia de tremoço para acompanhar umas minis, pepino e funcho. Muito. Muito insípido.
Confesso que não estava à espera e que se me tivessem contado não acreditava. Acharia que eram más línguas.
Enfim, melhores jantares virão. Terminou assim o meu dia por Londres, o meu regresso a casa, cidade que por aquilo que me pareceu ver esta cada vez melhor, mais gira.
Até um dia destes, até breve.
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