2º dia – Chichicastenango e Lago Atitlán

O 2º dia começa cedo, logo ao raiar do sol apanhamos um autocarro para Chichicastenengo, uma pequena localidade acerca de 2 horas de viagem que se tornou conhecida por ser palco de um dos maiores mercados da América Central.

 

 

Todas as Quintas e Domingos acorrem a esta localidade centenas de vendedores de artesanato, comida, uensilios do lar, de higiene, de bugigangas várias. É aqui que muitos guatelmatecos, vestidos com os seus trajes Maias, fazem as suas compras semanais, indiferentes aos turistas que cada vez em maior quantidade deambulam por entre as bancas, boquiabertos e de máquina fotográfica em punho.

 

 

Tudo se passa nas ruas em redor  da praça central, onde no cimo da escadaria, no átrio da Igreja de São Tomás, homens e mulheres queimam incenso para afastar os maus espíritos.

Vir a este mercado é uma esperiência única, de cor, de vida.

 

 

Passamos lá a manhã, almoçamos qualquer coisa – guacamole, “frijoles”, “platano frito” e logo de seguida apanhamos outro autocarro para o Lago Atitlán.

Chegamos  depois de 2 horas de viagem, curva contra curva, numa estrada que serpenteia vertiginosamente ora montanha acima, ora montanha abaixo. E para aumentar a adrenalina alguns  autocarros públicos em contramão.

Uma viagem com o coração nas mãos pelo meio de floresta cerrada, que termina já perto da chegada quando do alto da montanha, se abre uma clareira e nos deparamos com uma vista dos deuses sobre o lago, rodeado pelos seus três vulcões. Que maravilha. As encostas muito verdes, as águas de um azul cobalto, as pequenas vilas à beira de água.

 

 

Chegamos a Panajachel poucos minutos depois e despertamos da imagem idílica mal pomos o pé fora do autocarro. Panajachel é uma das maiores vilas do lago, já foi um lugar remoto, mas hoje em dia em virtude dos muito turistas que por ali desembarcam diariamente, não faltam hotéis, pousadas, hosteis, restaurantes, bares, um mercado de artesanato, bancas e bancas de habitantes locais a vender toalhas de mesa, colares, malas e malinhas, vestidos e afins, tudo de cores garridas como se tivéssemos chegada a terra mais “gay friendly” do mundo. Os tuk tuk passam insanos de um lado para o outro e pelas bermas, entre indígenas de sangue Maia, vêem se ocidentais rastafaris a oferecerem os seus préstimos como desenhadores de tatuagens temporárias.

 


O nosso hotel fica na rua principal, a escassos metros do lago, mas apesar da confusão circundante, é um pequeno oásis com duas dezenas de cabaninhas à volta de uma piscina de águas límpidas rodeada por palmeiras.

 

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Assentamos arraiais e debandamos para as margens do lago desejosos de nos deixarmos absorver pelo cenário de uma beleza indescritível.
O escritor e viajante John L Stephens escreveu um dia que o Lago atitlan foi o espectáculo mais magnífico que viu e percebe-se porquê.
Segundo reza a história, o lago terá sido formado há 85 mil anos atrás e em seu redor o vulcão São Pedro, com 3020 metros, o vulcão Atitlán com 3537 metros e o vulcão Toliman com 3158 metros.  Tudo junto e trocado por miúdos faz com que o resultado final seja uma paisagem deslumbrante.

 

Em Panachajel o melhor sítio para admirá- lo é percorrendo a Calle del Rio, à beira de água e aproveitar para ver o pôr do sol  no restaurante- bar Atitlán, uma estrutura palafítica sobre a água, ou no Sunset Café, onde com sorte pode acompanhar o entardecer com um show de batuques ou viola dos rastas e hippies que costumam-se juntar ao final da tarde no largo mesmo ao lado deste bar.

 

 

Passado o entardecer e depois de uma cerveja Gallo no Atitlán rumamos rua principal acima, em busca de um sítio para jantar. Por aqui a amplitude térmica é enorme – de dia estavam uns 28 graus e à noite uns 9 🙁 – e não é muito agradável jantar mesmo nas margens do lago.
Acabamos no restaurante El Pátio, de cozinha local, que mais uma vez nos veio comprovar que esta não abunda de sabores ricos. O F. Pediu uma cassoulet, com feijões e salsichas – que eram de lata – e eu frango grelhado com salada e tortilhas. Vêem sempre tortilhas quer se peça quer não.

Deitamo- nos cedo ainda não refeitos do jet lag e ansiosos pelo dia seguinte e pelo passeio pelas vilas do lago.

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