Acordamos já depois do nascer do sol, o barco prepara-se para arrancar e servem-nos o pequeno almoço. Ovos, sumo de papaia, tostas, panquecas recheadas com coco ralado e cominhos. Dispenso as últimas, são saborosas, mas cominhos às oito da manhã não me convencem.
Ainda se sente a aragem da manhã, ouvem-se os pássaros, o barulho da natureza, a luz suave do amanhecer, uma ligeira neblina, o leve rumorejar da água.
Arrancamos mal o pequeno almoço termina e seguimos pelos canais fora. Ao longo das margens, vão- se desenrolando as rotinas matinais dos aldeões.
Uns lavam os dentes de cócoras à beira do canal, homens lavam tachos gigantes, mulheres lavam roupa nas pedras das margens, há quem tome banho, quem parta de canoa para ir fazer as compras à banca mais próxima.
Vêem-se aldeias criadas em línguas de terra com pouco mais de 10 metros de largura. De um lado o rio, do outro os campos de arroz nesta altura do ano totalmente alagados.
Já ouvi falar do síndrome da insularidade que sofrem muitos dos que vivem nas ilhas. E aqui do que se sofre?
O capitão do barco ri -se perante a minha pergunta e encolhe os ombros. Parece que nunca lhe passou pela cabeça que se pode sofrer ao viver num sítio tão belo. É que lhes dá água e comida. O resto é o dia- a-dia.
Só nós ocidentais para complicarmos…
Ancôramos uma hora depois prontos para mais uma aventura. Sunir, o motorista, espera nos na margem para nos levar de carro pela costa fora rumo ao Sul.
O primeiro destino será Varkala… mas isso agora fica para amanhã 😉
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