6º dia – Florida Keys

E ao 6º  dia logo pela manhã foi dia de nos despedirmos de Miami e rumármos as Florida Keys, as ilhas da Florida que desde os anos 50 encantam hippies, esotéricos, yoguistas, gays, escritores, pintores e amantes do sol e do pé na areia em geral.
Já foram território de piratas, hoje é mais cubanos-  a ilha fica a pouco mais de 130 km das Keys e a venda de charutos em cada esquina não engana.
Vale a pena guardar um dia inteiro para fazer a viagem, são 190 milhas ao todo, de dezenas de ilhas ligadas por pontes – uma delas é a cénica Seven Miles Bridge – e é giro ir parando ao longo do caminho.
A primeira paragem foi logo em Key Largo no Mr. Mac Kitchen, um boteco de beira de estrada que ganhou fama pela, lá está novamente, “home style cooking” – hambúrgueres gigantes, sanduíches de pastrami colossais, doses de batatas fritas ao quilo.

 

O sítio é pitoresco e verdade seja dita tem um excelente exemplar de um dos meus bolos favoritos, a “key lime pie”, doce local que consiste numa tarte de lima, merengada, servida estúpidamente gelada. Uma maravilha.
Com os níveis de açúcar já equilibrados pusemo-nos novamente ao caminho até nova paragem em Isla Morada no Isla Fish Company, uma pequena marina cheia de pelicanos e com um cafézinho muito agradável à beira mar. Ao lado fica também o
Pierre, um restaurante muito giro nas bem carote. Aliás um pouco como todos os restaurantes giros nos Estados Unidos nos dias que correm.

 

Paragem seguinte foi já em Isla Marathon e desta vez para almoçar. Como queríamos um sítio à beira mar para aproveitar o dia de sol e a paisagem, escolhemos o Bay Side Marina que acabou por ser uma excelente surpresa apesar do aspecto simples. Mais uma vez resolvemos pedir um filete de atum que veio cozinhado no ponto, braseado por fora, com crosta de sésamo, e crú por dentro. Foi servido acompanhado de molho de soja, gengibre, wasabi e algas. Muito bom.
Pedimos ainda uma salada Caesar com vieiras panadas. Eu adoroooooo vieiras e estas estavam muito boas.

 

De regresso à estrada e antes de chegar a Key West, a última e a mais turística das ilhas, ainda fizemos uma última paragem em Bahia Honda, considerada já não me recordo onde e porquê uma das dez praias mais bonitas do mundo. Fica dentro de um parque natural e tem vistas muito bonitas para antiga Seven Mile Bridge construída no início do século XX.
Como praia, Bahia Honda é bonita, tem um ar selvagem, uma água morna e sem sombra de turbulência, com uma palete de azuis variados, mas um areal mini mini…. Se é umas 10 mais bonitas do mundo? Eu ainda não vi todas as do mundo, mas garanto que já vi 10 mais bonitas do que esta e um punhado delas são mesmo no nosso querido país 🙂

 

Chegados a Key West ao entardecer e embora eu não tenha grande paciência para aglomerados de turistas, não houve volta a dar e lá rumamos à Mallory Square, onde todos os dias reúne se este mundo e outro para a “celebração do pôr do sol”. Ou seja, há uns bons anos atrás um punhado de hippies que tinham-se instalado em Key West em busca da sua luz interior e afins resolveram começarem a reunir-se todos os dias ao entardecer na Mallory Square para celebrar o pôr-do-sol – e fumar umas coisitas, mas isto já é a minha versão da história ;-).

 

Atrás dos hippies foram aparecendo cada vez mais pessoas, até esta se tornar uma romaria diária já com direito a acrobatas, vendedores de bebidas, homens a deitar fogo pela boca, cartomantes, malabaristas, palhaços e afins. Tudo isto e mais uma milhena de gente de telemóvel e máquina fotográfica a disparar em modo contínuo para o sol a desaparecer no mar
E o pôr -do-sol, afinal perguntam me vocês, é bonito? É sim senhora, muito bonito, mas é um pôr-do-sol, ponto, não merece a meu ver nem aplausos, nem suspiros, nem olhos marejados.

 

Mas se calhar isto sou eu que mal pude e me apanhei dali para fora, fui respirar o verdadeiro ambiente das Florida Keys sentada no terraço do bar Caroline a bebericar um copo de Sauvignon Blanc e a ver o movimento da Duval, a rua principal cá do burgo.

Rua principal mas nem por isso a mais gira, já tem demasiadas lojas de souveniers e bares com música ao vivo. O giro nas Florida Keys é mesmo perdermo-nos pelas ruas laterais e transversais e admirar a arquitectura tão própria.
Um bairro a nao perder é o Bahama Village que apesar de denunciar a pobreza dos seus habitantes – a maioria emigrantes das ilhas caribenhas – tem uma cor e uma alegria muito próprias. Álias toda a ilha resulta de uma mistura muito engraçada entre a “american way of life” e o toque “spice” das Caraíbas. Quase como um molho de ketchup com pimenta jamaicana 😉

Nota-se nas cores, na leveza, no sol que aqui é mais tropical que em Miami, nos cheiros, no calor húmido que se cola à pele, nos sotaques cantados, nas peles mestiças. E na culinária…. Como no Santiago Bodega, o restaurante onde jantamos na primeira noite, numa mesa alta no alpendre. Uma mistura de sabores dos 4 cantos do mundo que comeca com um ceviche de atum com manga e abacate, continua num entrecote com molho de Blue cheese e termina com umas croquetas de batata, bacon e cebolinho com cream cheese.

À volta para casa ainda fomos presenteados com um grande desfile de locais a pedalaram pela Duval fora vestidos de pais natais, a gritarem boas festas para a multidão que se foi começando a aglomerar nos passeios para ver passar a parada. E se havia muitos pais natais, também havia muitos que mais pareciam palhaços…. Mas que foi hilariante foi.

E assim terminou o dia. Ainda ganhámos um colar de bolinhas douradas atirado por um dos pais natais e fomos para casa ao som do Jingle Bell.

Merry Christmassssss….

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