7º dia – Do Delta ao deserto de Kalahari

O dia começou com o nascer do sol, muito, muito frio, todos à volta da fogueira, as canecas a fumegarem com o café quente, bandos de pássaros a sobrevoarem as margens do Delta.
Tempo de regressar a terra, depois de uma hora de Makoro, com o sol a subir lentamente e a natureza a despertar. Num espectáculo único. O barulho suave da madeira a deslizar na água, tudo tão sereno, tudo tão relaxante. “Beautiful Delta, beautiful Botswana”.

 

Ao sétimo dia seguimos pelo deserto fora, cerca de 5 horas de viagem pelas terras áridas de Kalahari. Uma paisagem tão inóspita quanto bela.
Já passava das três da tarde quando chegamos ao lodge e qual não foi a nossa surpresa quando vimos que cada quarto não era mais do que uma cabana tradicional, de caniço, redonda com uma porta amovível, ao melhor estilo das tribos locais. “Very tipical” 🙂

 

 

O resto da tarde foi passada em puro relaxe, à volta da grande mesa do terraço, a bebericar um tinto sul africano e a ouvir as histórias dos companheiros de viagem: do Gordon, americano do Mississipi que foi às Filipinas com o propósito de arranjar noiva e acabou com esta a traí-lo com o melhor amigo; do Vincent do Canada que anda pela Índia a estudar os rituais de transição; do Jeff que foi enganado no Peru por um taxista que lhe cobrou 150 dólares por uma viagem de 5 km; da Jenny que está apaixonada por um militar canadiano em comissão na Jordânia e por aí fora.
A tarde arrastou se pela noite dentro, com um jantar de grelhados servido à volta da fogueira. O frio chegou também. E que frio.

 

 

Depois do jantar, assistimos a mais um show de dança e música de alguns membros de uma tribo local, mas sem a garra e a alegria do espectáculo expontâneo  da véspera no Delta.  Ou sou que prefiro sempre o que é mais natural e abomino qualquer coisa que me soe a “tourist trap”.

 

 

Mas acabou por ser giro, principalmente quando o canadiano Vincent resolveu despir se e começar só de slips e meias a dançar com os locais. Infelizmente por falta de máquina e não por qualquer tipo de decoro não há fotos do momento 😉
Recolhemos as nossas cabaninhas para uma noite que apenas foi quente porque resolvi dormir de saco cama debaixo dos lençóis… Nunca subestimar o frio que faz à noite no deserto 🙂

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