Num mundo perfeito os dias deviam começar sempre assim: acordar ao largo de uma baía linda, deserta, com um sol radioso, uma brisa a cortar o calor e um mergulho maravilhoso nas águas calidas do Mar Egeu.
Não é maravilhoso, é bem mais do que isso.
Segue-se o pequeno almoço no deck e uma hora depois arrancamos rumo à próxima ilha, Sifnos acerca de três horas de distância.
Enquanto velejamos há quem aproveite para por a leitura em dia, retocar o bronzeado, escrever, desenhar, ouvir música ou dormir uma sesta no embalo do barco.
O tempo passa rápido e quando damos por nós já estamos a chegar a Faros, outra baía maravilhosa com um prainha ao fundo, uma ermida linda, um bar de praia.
Ancoramos ao largo e nadamos até ao areal. Depois nadamos até à ermida.
Voltamos para o barco para um almoço fantástico, um spaguetti com atum fresco grelhado, envolto num molho de tomate e pimentos. Nico dá-nos a provar o azeite que produz e que vende para a Roménia. Que maravilha. Mais uma salva de palmas ao nosso capitão. Brindamos com um vinho branco gelado, os bons momentos querem-se assim sem pressas.
Da parte da tarde levantamos âncora e rumamos ao porto de Platys Gialos, uma bonita baía com uma praia de areia, coisa rara na Grécia. Areia escurinha mas uma água maravilhosa.
À volta pequenas casinhas que outrora devem ter sido de pescadores e hoje alugam-se à temporada para turistas. Bares de praia e restaurantezinhos com um ar muito hippie chic. Há espreguiçadeiras na praia e ementas com cocktails, ceviche e sashimi no Omega 3 e com bruschettas e saladas no Palmira.
Pedimos umas caipirinhas e uns mojitos e vamos para dentro de água, onde passamos quase uma hora à conversa mergulhados até ao pescoço.
Posso garantir que o paraíso é isto. E se não é, eu só peço que seja parecido.
Vêem-se poucos turistas, aliás como em toda as ilhas por onde passamos, espaços lindos semi vazios, agradecemos a tranquilidade mas faz pena, pelos gregos que são tão simpáticos e têm no turismo a sua única tábua de salvação.
Já ao final do dia subimos de táxi a Apolónia, o centro histórico. Tão bonito que dá gosto perdermo-nos pela suas ruas. As lojas de roupa e de bijuteria são de perder a cabeça, mas os preços proibitivos. Os restaurantes são do mais romântico possível, com as suas mesinhas de madeira pintada, as buganvílias frondosas, a luz de final da tarde a pincelar o ambiente de cores quentes.
Regressamos à marina já noite escura, temos reserva no restaurante Notos, mesmo à beira – mar, um dos únicos que tem televisão. Hoje joga o Portugal- Polónia nos quartos de final do Euro e estamos em pulgas para ver o que vai dar.
O restaurante é giro, embora com uma ementa com poucos mais de meia dúzia de pratos. Pedimos legumes grelhados com lascas de parmesão, um mil folhas de tomate, pesto, beringela e feta e bifes grelhados.
Mais uma vez os legumes são maravilhosos.
O jogo é um stress pegado, um golo da equipa adversária aos 2 minutos arranca-nos um sem número de impropérios e a vitória só chega a ferros, depois de prolongamento e já nos pénaltis.
Cantamos o hino nacional a bandeiras despregadas e festejamos a vitória com um mergulho no mar.
Mais um dia (muito) feliz….
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