Até já Pantera Negra

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Não me recordo o dia, mas lembro me que era Março, finais de Março. Tinha chegado nessa noite a Maputo com as minhas amigas Inês, para 15 dias de trabalho e festa que não há melhor forma de viver do que conseguir juntar estas duas coisas.

Recebidas por um amigo e ultrapassadas as longas formalidades alfandegárias, foi só o tempo de chegar a casa deste, descarregar armas e bagagens e trocar a roupa invernil por uns trapinhos frescos e lá nos pusemos a caminho da noite quente de Maputo.

Nao me recordo do nome da discoteca onde fomos parar, mas recordo me da pista de dança com os casalinhos moçambicanos a dancarem colados, o bar ao fundo onde matei saudades da 2M, as mesas à volta da pista, na penumbra, e numa delas o Eusébio, o nosso Eusébio, o único, o grande. A lenda. Símbolo nacional. Que não é preciso ser do Benfica para lhe tirar o chapéu.

Normalmente não sou do género de pedir autógrafos, nem fotos, nem afins. Gosto de deixar cada um na sua, preservar a sua privacidade e acho que ninguém tem que levar com estranhos só porque é figura pública. Mas estavamos em Maputo, a noite estava tão quente, a 2M tão fresquinha e afinal de contas era o Eusébio, o nosso Eusébio, aquele que já era um bocadinho de todos nós…

E as “Ineses” estavam tão contentes… que quando dei por mim já estavamos à volta da Pantera Negra, “tire uma foto connosco”… “Quanto pagam foi a resposta?” Acompanhada de um sorriso largo… E nós logo pespegadas à volta, telemóvel passado para as mãos de um estranho:  “Tire nos uma foto com o Eusébio”… Sorrisos grandes. “Obrigada, obrigada… E lá seguiu Eusébio… noite dentro… Um passo cansado, um corpo ligeiramente curvado, a denunciar a idade, a saúde debilitada… Foi a primeira e última vez que estive ao lado deste grande senhor do futebol… Ficou a foto para a posterioridade. E a recordação para sempre. De uma noite quente em Maputo. Até já Pantera Negra.

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