Berlim… 3º e último dia

E para terminar, no último dia em Berlim, acordámos cedo e começámos logo por uma visita ao Museu Judaico.  Um museu que me marcou muito quando lá estive pela primeira vez há 5 anos atrás, na altura com a vida num turbilhão. Recordo- me que nesse dia, estive quase durante toda a visita com os olhos marejados de lágrimas, absorvida em cada memória, em cada história de um povo que tanto sofreu. Li excertos de cartas de pais para filhos, a tranquilizá-los enquanto uns partiam para o exílio e outros para campos de concentração, senti uma agonia no Jardim do Eden e o coração apertado na Torre do Holocausto.

Se me tivessem dito na altura que voltaria lá em 2014, casada e com uma bébé acho que teria soltado uma gargalhada, tão longe estava de tal realidade. Por isso este regresso também teve um sabor tão especial. Um regresso feliz a um local que tanto me marcou. Agora acompanhada dos que me são mais importantes.

Do Museu Judaico, partimos para Berlim Ocidental, outra história, outro cenário. Aqui  nota-se que a cidade é mais cosmopolita, mais boémia, mais elegante. a par de grandes centros comerciais, as ruas à volta da avenida principal, a Kufurstendam, estão cheias de pequenas lojinhas, restaurantes, cafés e galerias de arte. À volta da Savigny Platz há vários restaurantes com esplanadas e vale  a pena explorar as ruas adjacentes.

É em Berlim Ocidental que fica também um dos símbolos mais impressionantes da cidade, a igreja memorial Kaiser-Wilhelm que após ter sido bombardeada em 1943, as ruínas da sua torre ficaram de pé como memória da guerra. Hoje fica no meio de edifícios espelhados, num claro jogo de contrastes.

Quase em frente fica um novo centro comercial onde também vale muito a pena dar um volta, chama-se Bikini e tem várias lojas de designers locais e não só. Tem também restaurantes muito giros, como o Supermarket.

Como estávamos com a bebé – com ela prefiro sempre esplanadas, para caso se resolva enervar, o escândalo não seja tão notório -, estava uma noite até quente para os padrões berlinenses e a maioria não queria ir embora da Alemanha sem comer pelo menos uma salsicha, fomos jantar a um restaurante perto, o Ranke 2. Um restaurante tipicamente alemão, onde não faltam empregadas com ar de “Frauleins”, toalhas aos quadrados e pratos como joelho de porco e currywurst: a salsicha alemã, em molho de ketchup, polvinhada de um pó de caril muito suave. Jantámos na esplanada e embora o joelho de porco não tenha convencido- é cozido e não assado como o nosso pernil -, as salsichas estavam bem boas.

E assim foi Berlim, no dia seguinte nasceu um dia lindo de sol, infelizmente foi tempo de arrancar para o aeroporto.

Chegámos cansados mas felizes e alguns mesmo exaustos… depois de tanta gargalhada durante todo o voo, pequena bebé chegou a casa, caiu na cama e dormiu quase 13 horas seguidas 😉

Concluindo, adorei Berlim, achei uma cidade muito mais baby friendly do que as cidades italianas onde estivémos com a pequena bebé há uns meses atrás. Há mais fraldários, mais elevadores, mas em oposição, não há mercearia pequena ou mini mercado que tenha papas para bebé, Se não tiver levado de cá, como foi o caso, tem que ir a um supermercado grande, o que convenhamos nem sempre é o mais fácil de encontrar no meio de monumentos e afins.

De resto correu tudo muito bem e pequena bebé portou se à altura 😉 temos viajante.

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Adorei ver o v/itenarário,pois fez-me recordar a minha viagem feita em Julho,onde percorri os locais mencionados.Hoje ao ler a vosssa crónica de viagem,mentalmente revivi esse dias maravilhosos e inesqueciveis que passei em Berlim.
Obrigada por toda a vossa descrição.

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