Capricciosa ou o paraíso dos pais com bebés

Antes de ter filhos confesso que abominava ir a restaurantes onde houvesse o perigo de existirem criancinhas aos berros. E não, não eram crianças, meninos e meninas, bebés cor-de-rosa e adoráveis, mas “criancinhas”. Era assim que eu as via e vejo, caiam-me em cima à vontade.

Percebo que os pais das criancinhas tenham direito a querer comer fora, mas as pessoas que vão sem criancinhas também têm direito a almoçar ou jantar sem barunho de fundo de infantário.

Quando me ouviam falar assim a maioria dos meus amigos afirmava logo com conviccão que tal intransigência me passaria no dia em que tivesse crianças. Pois bem, meus caros, contra todos os prognósticos, tive uma criança, mas continuo na mesma no que toca a não gostar de restaurantes onde haja rapaziada aos berros.

A única coisa que mudou realmente é que hoje em dia acho que tem que haver espaço para tudo e todos. Mas espaços diferenciados. Restaurantes para adultos que queiram fumar até à exaustão, restaurantes para quem queira ar puro, restaurantes para quem queira jantar sem gritos nem choros, restaurantes para quem possa levar o seu rebento sem ter que levar com olhares ameaçadores. E é neste último caso que se insere a Capricciosa, ou melhor todas as Capricciosas, já que se trata de uma cadeia. Já fui à de Carvacelos e à das Docas e, em ambas, eu e a pequena bebé quase diria que passámos despercebidas tal era o barulho da criançada.

 

 

Não foi o caso, mas a moçoila até podia ter aberto a goela que acredito piamente que nem empregados nem clientes teriam dado pelo facto. Porque a verdade é que nesta cadeia não faltam crianças e bebés de todas as idades e feitios. Que choram, que bolsam, que correm entre as mesas, que desenham animadamente nos individuais, que deixam cair a bolonhesa da boca e fazem birra porque querem a pizza do irmão mais velho e não a deles.

A primeira vez que lá fui , foi depois de ser mãe – óbviamente – e quando telefonei a marcar mesa e expliquei que eramos 4 adultos, uma criança de 3 anos e duas de poucos meses, razão pela qual precisavamos de espaço para 2 carrinhos, reagiram normalmente sem pôr qualquer entrave. E a verdade é que quando chegámos havia espaço para nós e para os carrinhos e muitosssss amiguinhos para a criança de 3 anos brincar.

Confesso que se não tivesse também um rebento a tiracolo, teria sido o género de restaurante do qual me tinha a postos a milhas e jurado a pés juntos que iria fazer uma laqueação de trompas. Mas como acho hoje em dia que deve haver espaço para todos – com ou sem filhos – confesso que me tornei fã da Capricciosa.

E a comida? Ah a comida, claro estava-me a esquecer… é boa, sim, sim, é boa 😉

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