E no último dia somos presenteados com um sol maravilhoso. E confesso que é indescritível acordar no Four Seasons de Chiang Mai abrir os cortinados e deparar-nos com a vista de sonho sobre os campos de arroz, o lago, as montanhas ao fundo.
Só se ouve uma brisa, nada mais. Uma paz absoluta.
Visto o roupão, faço um café e vou lá para fora para o alpendre apreciar o momento.
Muitas pessoas dizem que numa viagem os hotéis não interessam, no fundo servem só para dormir. A verdade é que isso só é verdade se o hotel for mauzito, porque se for bom faz toda a diferença. E o Four Seasons de Chiang Mai não é bom, é excelente. E ainda por cima combina o melhor de dois mundos: quem quiser ir ao centro de Chiang Mai tem vários transfers diários em ambos os sentidos. Quem preferir ficar pelo hotel pode aproveitar para dar um passeio pelos campos de arroz, fazer uma aula de yoga ou um curso de cozinha.
Descansar nas espreguiçadeiras, aproveitar o jacuzzi ou refrescar-se na piscina de borda infinita.
Há ainda um spa com vários tratamentos e massagens e um kids club com diversas actividades para os mais novos. Se for um madrugador, todos os dias ao nascer do sol, pode -se assistir à cerimónia de dar as oferendas aos monges budistas que ali acorrem.
Depois delicie-se com o maravilhoso pequeno almoço servido na sala aberta com uma paisagem soberba em redor.
A pensar já na longa viagem regresso que nos espera para casa no final do dia, a parte da manhã é toda dedicada à arte de não fazer praticamente nada. Uma pequeno almoço fantástico, um mergulho na piscina, um bom livro à sombra. Os empregados atentos, trazem água fresca e protector solar. Sempre com um sorriso amável.
Pelo caminho para o quarto encontramos alguns jardineiros a arranjarem os inúmeros canteiros do resort. O F. resolve perguntar a um se por acaso não nos arranja um tronco de uma árvore da Dok Champa para tentarmos plantar em Portugal.
O inglês é muito rudimentar, o nosso tailandês nenhum, mas quando a boa vontade e a simpatia existem tudo é possível. Entre gestos, o jardineiro lá percebe o que queremos e passado dois minutos aparece nos com um pé de Dok Champa para podermos plantar do outro lado do mundo.
Já passa das 14 horas quando, renitentes, apanhámos um táxi de volta para a cidade. O calor é mais que muito e andar a palmilhar as ruas do centro histórico revela-se um prova de esforço.
Procuramos abrigo no Coconuts Shell – um restaurante que serve comida local dentro de cocos. Provo a omelete tradicional da casa, com malaguetas e folhas de lima kaffir, a salada de papaia, a Kao Lai, uma sopa de leite de coco e galanga. Está tudo muito bom mas pouco explosivo para aquilo que gostamos.
Depois do almoço é tempo de visitar o Wat Chedi Luang. Logo à entrada de um dos templos deste wat, um cartaz alerta para a proibição da entrada a mulheres. qualquer coisa do género “ como temos a menstruação somos impuras” e “se desrespeitarmos esta ordem pomos em causa a estabilidade social.”
Posso não compreender, mas também estou longe de ser como um grupo de chinesas rebeldes que a fazerem pouco do cartaz, fazem questão de entrar pelo templo adentro.
Enfim. Acima de tudo acho que nestas coisas há sempre que haver respeito, por isso cubro as pernas com um sarong, descalço os sapatos e não entro em templos com os ombros à mostra.
Enfim, isto tudo só para dizer que o mais bonito do Wat Chedi Luang para além da sala principal, muito rica, é o templo antigo. Uma maravilha!!!
Com o calor sem dar tréguas, depois do templo resolvemos ir beber uma cerveja ao The Old Place. Um sossego a meio da tarde, e as mesinhas mesmo à beira rio sempre vão sendo bafejadas com alguma brisa.
Depois do Old resolvi ir revisitar um sítio onde estive há mais de dez anos e onde bebi a melhor caipirinha de manga da minha vida: o The House. Uma antiga casa colonial toda restaurada onde hoje em dia funciona um bar, um restaurante, um café para refeições leves e uma loja de produtos de cozinha. Tudo tão giro, com tão bom ar. E uma ementa cheia de iguarias.
Vale muito, muito a pena.
Infelizmente o tempo escasseia e antes do aeroporto ainda queremos passar num último sítio, o Riverside Market, um restaurante – bar muito giro à beira rio, mesmo junto à ponte de ferro. É aqui, ao por do sol, que bebemos uma última cerveja e fazemos um brinde a Chiang Mai.
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