Mas será que os norte – americanos andam sempre a cair no meio do chão com ataques cardíacos? Esta foi a primeira impressão que tive quando pisei solo americano. Pelas paredes do aeroporto internacional de Chicago, no Estado de Illinois, viam-se dezenas de desfibrilhadores – aparelhos utilizados no socorro de paragens cardíacas – disponíveis em expositores colocados nas paredes. Explicaram-me que li era normal acontecerem alguns “acidentezitos”, afinal “a alimentação moderna não faz muito bem” e o fast-food espreita em cada esquina. E a verdade é que na cidade de Chicago, quase todas as ruas cheiram a cachorro quente. Desde a zona mais residencial junto a Lincoln Park até bem ao centro do Loop, na baixa da cidade, passando pelo grande passeio junto às margens do lago Michigan.
Não é que não goste de cachorros quentes, até gosto bastante e de Chicago então tenho o melhor a dizer. Ou pelas palavras de Bob e Joanny, dois jovens locais que conheci num café em Lincoln Avenue, “É capaz de ser a metrópole mais americana que existe na América”. “Nova Iorque é muito internacional, Los Angeles muito artificial e Boston muito elitista, aqui somos tal como somos, somos mais puros.”
E tal como uma boa cidade americana, Chicago tem também um pouco de tudo: um centro com grandes arranha-céus com fachadas espelhadas, onde se destaca a Willis Tower – um dos prédios mais altos do mundo – uma Chinatown, uma Little Italy e uma Greektown repleta de restaurantes e uma grande comunidade gay na área de Lakeview, zona de bares ecléticos, lojas originais e restaurantes étnicos.
Para que não falte mesmo nada, na zona sul do Loop vêem-se porto-riquenhos a lavar carros no meio das ruas, enquanto jovens suburbanas deambulam de mini-saia e meias de rede, cruzando-se com executivos de fato de bom corte. As limusinas circulam às dezenas e quem não é grande e obeso é excepção.
Talvez de tanto ver gordinhos, ou talvez por estar um frio de morte, a última vez que estive em Chicago, de visita aos meus amigos Ana e João, alimentei-me essencialmente a sopas e cremes, bem quentes, bem reconfortantes. Como este, com bróculos e queijo de cabra. Muito fácil e rápido de fazer, não precisa nem de batatas, nem de natas para ficar bem aveludado.
Uma maravilha principalmente quando servida quentinha em dias de Inverno. Só falta o mesmo o lago Michigan.
- 600 gramas de brócolos
- 2 talos de alho francês
- 1 Cebola
- 60 gramas de queijo de cabra
- Azeite
- Sal
- Pimenta preta
Comece por cozer os brócolos. Pode aproveitar tanto os ramos como os talos dos brócolos, embora tendo a atenção que estes últimos demoram mais tempo a cozer; abra ao meio os mais grossos. Ao todo, os brócolos inteiros demoram cerca de 20 minutos a cozer. Reserve a água da cozedura; nesta ficam retidos muitos dos nutrientes dos legumes. A sopa será cozinhada com esta água.
Depois de cozidos, salteie, com um fio de azeite, os brócolos, a cebola aos cubinhos e o alho francês até este ficar translúcido.
No final junte a água da cozedura e bata com a varinha mágica até a mistura ficar em puré. Vá acrescentando mais água consoante queira a sopa mais ou menos espessa. Rectifique os temperos. Quando servir, moa na hora um bocadinho de pimenta preta e polvilhe com queijo de cabra. Delicioso!
Uma receita do livro Pelo Mundo com os Tachos
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