Filipinas 6ºdia: a caminho de Coron

Acordamos ainda não nasceu o sol, há vários barcos a fazer a travessia El Nido – Coron, mas só há um fast ferry por dia, enquanto os normais demoram umas 8 horas, este demora 3 horas e parte as 6.00 da manhã. 

É imprescindível comprar o bilhete antes pela net, mas quando chegamos ao terminal, percebemos que nem todas as agências são fiáveis e algumas venderam mais bilhetes online do que os lugares que há no barco. Está o caos lançado com muitos passageiros indignados a ficar em terra.

Felizmente não é o nosso caso, desta já nos livramo nos.

O barco é de tamanho médio e a primeira parte da viagem, mesmo com Mar calmo, leva muitos passageiros a recorrer a saquinhos de plástico. 

Quando começamos a navegar entre ilhas as coisas melhoram e para quem conseguir apreciar, a paisagem é magnífica. Ilhas e mais ilhas, algumas desertas, outras com mini aldeias de palhotas, comunidades isoladas de pescadores locais.

Chegamos a Coron e tal como El Nido a vila que se estende frente ao mar é tudo menos bonita. Muito prédio, muita casa de palafita com ar miserável, um trânsito caótico, estradas esburacadas.

 

 

Apanhamos um triciclo que nos leva até ao Funny Lion um pequeno boutique hotel acerca de 15 minutos do bulício do centro de Coron Town, com uma vista fabulosa sobre a baía e as ilhas em redor.

 

 

O calor é sufocante e um mergulho na piscina, no meio do verde, retempera nos da viagem de barco. 

Almoçamos à beira da piscina, um kinilaw – ceviche filipino- maravilhoso e uns camarões tigre que estão bons mas nada que se compare ao ceviche. 

 

 

À tarde ainda vamos conhecer uma lagoa natural de águas quentes acerca de meia hora de motoreta do hotel. O F. adora, eu pela minha parte, sinto me a cozer mal meto um pezinho na água. 

 

 

Mas vale muito a pena pelo passeio. Como não gosto de ficar fechada em resorts ou hotéis, que no fundo são iguais em todo o mundo e nos revelam pouco sobre o local em que estamos, andar de trotinete por Colon deixou me ver um bocadinho da vida local. Ao contrário de El Nido que me pareceu já estar única e exclusivamente virada para o turismo, Coron parece manter ainda alguma da sua originalidade.

 

 

Veêm-se os miúdos a sair da escola, os pequenos triciclos transformados em carrinhas escolares, os miúdos de farda, as mercearias improvisadas em pequenas palhotas, onde tudo se vende em doses individuais, ao preço de uma pequena moeda.

 

 

As pequenas bancas do talho, da peixaria, os grelhadores no meio da rua à laia de take away, a roupa pendurada em cabides, numa corda a porta de casa, pronta para ser vendida a quem passe. 

 

 

Os homens sentados nas soleiras da portas a ver quem passa, os miúdos que correm e brincam e jogam à bola. Há campos de basquete improvisados dom tabelas tão ferrugentas que é um mistério como não se partem à primeira bolada.

Há cães e gatos que vagueiam indolentes. Aliás, também os filipinos cultivam este ar calmo, pachorrento, talvez seja a mesma a única forma com que se consegue viver num país que sazonalmente é assolado com desastres naturais. Qualquer chuva pode ser um dilúvio, qualquer vento mais forte pode se tornar um tufão. E lá vai a barraca pelo ar, e lá se constrói de novo. E assim se leva a vida. Com um sorriso, que felizes parecem eles.

Acabamos a beber um copo no terraço do hotel.  Mergulhados no jacuzzi a ver um pôr do sol maravilhoso. Melhor era impossível.

 

 

Para jantar, experimentamos o Kawayanan Grill Station , a conselho do Lonely Planet, que mais uma vez não nos falha. O sítio é giro, o atendimento do melhor e a comida muito boa. Pedimos novamente os espinafres de água salteados, uma maravilha que vai deixar saudades. E provamos pela primeira vez o Sisig, um prato filipino, neste caso de camarão, que consiste numa marinada com limão ou vinagre, pimenta e especiarias que depois vai a saltear num recipiente de ferro. Muito bom.

 

 

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