África Minha
“Uma aventura de 15 dias pela Namíbia e África do Sul. 3200 quilómetros de Winhdoeck à Cidade do Cabo. De camião, mochila às costas e tenda. Pelo meio, dias de safari pelo Parque Nacional de Etosha, passeios pelo deserto, subida às maiores dunas do mundo, jantares à fogueira, entardeceres mágicos. Uma experiência única. A viagem de uma vida.”
De Windhoeck a Etosha
Há viagens possíveis, esperadas, planeadas ao pormenor e ansiadas durante anos, décadas às vezes. Depois há as outras, que nos trocam as voltas, nos assaltam de surpresa e nos levam a sítios inesperados. Foi o que senti quando aterrei em Windhoeck, capital da Namíbia. Se é verdade que África sempre exerceu um fascínio enorme sobre mim – tudo culpa da Meryl Streep e do Robert Redford no filme África Minha – também é verdade que nunca esperei vir a aterrar em Windhoeck. Também nunca esperei percorrer a Namíbia de camião. Mas gosto de aventuras, desafios e foi preciso um milésimo de segundo para dar por mim a alinhar numa viagem de mochila às costas, de camião e a acampar por África.
Como companheiros de viagem , 10 jovens e menos jovens de várias partes do mundo: um austríaco aventureiro na recta final de uma viagem de três meses pelo continente africano, duas suecas designers de moda, uma americana “made in China” que se faz viajar com uma garrafinha de molho de soja, duas fisioterapeutas australianas, um mocinho de Gales introspectivo que passará a viagem a dormir ou a devorar tabletes de chocolate, uma dinamarquesa de gargalhadas improváveis e e dois ingleses cinquentões de palavras escassas.
Como guias-motoristas-cozinheiros, um casal de sul africanos, Hettie e Kobus. Andam nisto há um ano e meio, para trás e para a frente, da Cidade do Cabo a Windhoeck, de Windhoeck à Cidade do Cabo. Com a tenda atrás e o saco cama como melhor amigo. Não se queixam, pelo contrário, o entusiasmo é tal que por vezes até parece que é a primeira vez que fazem este percurso.
Partimos de Windhoeck cedo, por aqui tudo começará sempre cedo. Melhor assim, ao nascer do sol a luz não tem comparação. Os laranjas, os amarelos, os vermelhos. A Namibia por estranho que possa parecer, não cheira a África – aquele cheiro inconfundível que se entranha e jamais se esquece- mas tem as suas cores. E uma beleza única, avassaladora.
Planícies sem fim, rectas a perder de vista, montanhas imponentes, planaltos que parecem desenhados a régua e esquadro, como o Waterberg Plateau, a nossa primeira paragem, um colosso de rocha cor de fogo, considerado uma das jóias nacionais.
Assentamos o acampamento na base, há babuínos a correr à nossa volta, javalis selvagens a passearem-se a curta distância. À noite temos o nosso primeiro jantar a céu aberto, debaixo das estrelas. Hettie, na cozinha improvisada do camião, prepara um guisado de carne e vegetais enquanto nos traça o retrato da Namibia.
País maior do que o Reino Unido e a Alemanha juntos, mas apenas com 2 milhões de habitantes. Muito deserto, muito parque nacional, muita vida animal. Colonizado pelos alemães e pelos sul africanos, só conquistou a independência em 1989.
Hoje em dia é um país pacato, seguro, de gente afável, limpo e organizado. Sem muita riqueza, mas também (quase) sem pobreza extrema. Acima de tudo um país lindo.
Vamos dormir cedo, por volta das oito da noite, no dia seguinte partiremos para o Parque Nacional de Etosha ao raiar do sol e espera-nos um dia longo e muitas emoções.
Esta é uma das áreas protegidas mais extensas do mundo: tem mais de 22 mil quilómetros quadrados, na qual se encontram cerca de 144 espécies de mamíferos, entre os quais, leões, girafas, rinocerontes e elefantes.
São estes os primeiros que vemos logo à chegada ao Parque. É fascinante ver animais nos seu habitat natural, e dentro do camião estamos todos entusiasmados. Só se ouvem os disparos das máquinas fotográficas. Será assim nas primeiras horas de safari, todos gritam e apontam: “Elefantes à esquerda”, “Girafas à direita”. “Zebras ali à frente”. Depois começa a cair na monotonia e à 50ª zebra que aparece já ninguém diz nada.
Pelo meio muitas gazelas, antílopes e até alguns bichos de cara feia, chamados de órix.
“E leões? Queremos leões…..”, pedimos nós, como se fosse competência da Hettie e do Kobus tirarem leões de dentro da cartola à laia de David Copperfield.
O acampamento fica num dos extremos do parque, as temperaturas descem tanto à noite que jantamos de luvas e gorro.Vamos deitar-nos sem ver leões, mas ouvimo-los durante toda a noite a rugir.
Blog Comments
Ana
22 de Outubro de 2014 at 8:11
Bom Dia, estou a pensar ir precisamente à Namíbia, quando fez esta viagem “comprou” o circuito em que agência. Já encontrei a Wild Dogs mas queria mais opções. Obrigada
pelomundo13
22 de Outubro de 2014 at 9:35
Olá Ana fui através da GAP – Great Adventures People, que aconselho vivamente. bjs