Irão – Kashan e Qom

O último dia é dia de regressarmos de carro a Teerão, quase 500 km de estradas com duas paragens pelo caminho, uma em Kashan para ver o Fin Garden, um jardim Património Mundial e uma casa tradicional da época  Qasjar. E outra paragem em Qom, onde fica a mesquita Hazrat Masoumet, que é o segundo local mais sagrado do Irão e destino de muitos fiéis do islamismo.

 

 

Saímos pelas 8 da manhã, é Quinta Feira – o equivalente ao nosso Sábado – iremos demorar ao todo 11 horas a chegar a Teerão e aprender uma lição: evitar visitar sítios turísticos à Quinta e Sexta, o equivalente ao fim de semana no Irão.
O jardim, datado do século 16, e exemplo perfeito de um jardim persa,  é a nossa primeira paragem. Possivelmente até é bonito, mas está tão cheio de gente que perde qualquer tipo de beleza. São hordes de mulheres, crianças, avós, homens. É Abril, tempo das roseiras em flor e por todo o lado se sente o cheiro a rosas, o sol está fortíssimo e o lenço na cabeça, as mangas e as calças compridas não ajudam.

 

A um canto há um pequeno lago para onde os iranianos atiram dinheiro e pedem desejos ao estilo Fontana de Trevi mas como no Irão não há moedas, atiram notas. Sui generis no mínimo 🙂

 

 

Ficamos pouco tempo, multidões não é comigo e o cheiro a rosas ao início é bom, depois começa se a tornar um pouco ou muito enjoativo.
Arrancamos daqui para visitar  uma casa tradicional da era Qasjar – do século XIX – também em Kashan. E o espectáculo circense repete se. A casa tradicional parece a praia da Costa da Caparica  a um Domingo de Verão. Cinco minutos depois desistimos e vamos embora.

 

 

O calor continua a apertar e ainda são mais umas duas horas de viagem para chegarmos a Qom.
A mesquita Hazrat e Masumeh vale realmente a pena  ser visitada, apesar das mulheres serem obrigadas a vestir burkas e quem não é muçulmano não poder entrar nas salas, ter que ficar pelos pátios.
Segundo a história é aqui que está sepultada Fatemeh, irmã do imã Reza um dos 12 descendentes de Maomé.
A mesquita foi construída no século XVI, mas o que é a jóia da coroa é a sua imponente cúpula folheada a ouro, obra já do século XIX.

 

 

Depois desta ultima visita fazemo nos a estrada para a última etapa da viagem. Mais umas duas horas de caminho só para chegar a entrada de Teerão, que desta até ao hotel o trânsito é tal que demoramos mais uma hora.
Chegamos cansados, afogueados e desejosos de uma bebida fresca e de esticar as pernas.
O sol já se pôs, está uma noite quente de início de Verão e as ruas e os jardins estão cheios de jovens e menos jovens a passear. Casais de namorados, grupos de rapazes na puberdade, crianças nas suas cabriolices nos  parques infantis.
Entramos no café Mahoor, tem candeeiros a petróleo, pétalas de rosas espalhadas pelas mesas, balões no tecto e uns empregados todos tatuados super simpáticos. Ouve se Edith Piaf, há salada Caesar, tostas, e uma limonada maravilhosa. Não precisamos de mais para nos despedirmos em beleza. Até já Irão.

 

 

 

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