Marrocos – do Algarve a Chefchaouen

Já fui e já voltei de Marrocos. Nos próximos dias, conforme prometido, vou publicar aqui o relato da viagem: uma carrinha, 8 pessoas, 10 dias, 3 mil quilómetros… e aí fomos nós….

No primeiro dia arrancámos do Algarve rumo a Marrocos ainda de madrugada. Demorámos cerca de 4h30 a chegar ao barco. Mas entre compra de bilhetes, atrasos no barco e afins, só partimos mais de uma hora depois. Fusos horários para a frente e para trás, lá chegamos a Ceuta por volta das 13h00, onde festejámos o início da viagem com um “bocadillo” de queijo manchego e um “tinto de verano”.

Arrancámos de seguida rumo a Chefchaouen, a cidade azul e branca, de ruelas, cantos e recantos, praças e pracinhas.
São apenas 100 km desde Ceuta mas demorámos cerca de 2 horas a chegar pois a estrada é montanhosa, curva e contra curva. À beira do caminho vêem se bancas a vender cebolas e batatas e mercadinhos de rua onde não se vislumbra uma única figura feminina.

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Chegámos a Chefchaouen com o corpo partido da última etapa, mas depois de um copo de chá de menta, à laia de “welcome drink,  no hotel onde fomos despejar as malas, partimos revigorados para o centro antigo da cidade.

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Chefchaouen não é grande e facilmente se visita durante uma tarde, deambulando pelas ruas, deixando se perder. A Medina é considerada uma das mais bonitas de Marrocos, casas caiadas de azul e branco, com telhados de terracota e portões de ferro rendilhado.
A meio da tarde as ruas estão praticamente vazias, alguns homens sentados pelos cafés, vários  vendedores de figos, azeitonas e hortelãs sentados nas soleiras das portas de ferro.

 

Na praça principal, destaca se o o kasbah em tons de terra, com o seu bonito jardim e a torre onde é possível subir e ter a vista sobre a cidade antiga. São casas e casinhas encavalitadas pelas encostas acima, com os seus terraços, onde se vêem os bonitos tapetes marroquinos a arejar.

A praça é ladeada de esplanadas com um ar descontraído, imagina-se facilmente viajantes de todo o mundo a fazer deste um dos seus “spots”. Há ocidentais vestidos de marroquinos e marroquinos que falam connosco num português (quase) correcto. “Estás fixe ou vens de Peniche”, pergunta-nos um dos locais.

Aliás, apesar das estatísticas revelarem que  cerca de metade dos marroquinos é iletrada, a maioria daqueles que nos abordam falam espanhol, francês, inglês e arranham português. Acima de tudo são simpáticos, embora façam questão de se enganar em cada troco. Isto os homens, porque as mulheres não são fáceis de abordar. A maioria esconde a cara nas vestes mal nos vê a olhar e então se veêm uma máquina fotográfica apontada, praticamente se esfumam.

Subimos ao terraço do restaurante Lampe Magique, de onde se tem uma vista fabulosa sobre a praça. Para fazer um brinde ao pôr do sol, pedimos chás de menta. Não há volta a dar, mais depressa se encontra uma agulha no palheiro do que uma bebida alcoólica em Chefchaouen – e provavelmente no resto de Marrocos 🙁
O chá de menta é bom, principalmente quando gelado e sem açúcar, mas com o sol  a pôr-se sob a Medina, depois de um dia de calor intenso, sabia mesmo bem um vinho branco estupidamente fresco…

Já noite descemos para a praça, para o restaurante Morisco, referenciado como um dos melhores da cidade antiga.
O serviço é lento, marroquino que se preze não tem grande pressa, provamos uma das especialidades locais, a tajine de carne com ameixas e de frango com limão. A primeira acaba por ser um bocadinho enjoativa para o meu gosto, pelo toque adocicado que tem.
Há quem prove os cuscuz com cebola caramelizada e passas, beringelas, cenouras e borrego e diga que está óptimo. Mas a estrela do jantar foi mesmo a sopa harira, de lentilhas, grão e especiarias. Uma maravilha.

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Acabado o jantar fomos dar uma última volta pelas ruas da Medina, agora pejadas de gente, principalmente mulheres. Parece que aqui a vida acontece maioritariamente depois do pôr do sol. As lojas continuam todas abertas e as pequenas ruelas formigam  de gente e actividade.
Por sinal estamos na véspera das Festas do Sacrifício, que começam quando acaba o Haji, que é a época da peregrinação anual a Meca.
Este dia é festejado em todo o mundo muçulmano e é o segundo feriado religioso mais importante do ano, está para eles como a Páscoa para os cristãos. Para celebrar, matam cordeiros – apenas os machos-  e distribuem a carne pelos familiares e pobres.
Pelas ruas vêem se muitos marroquinos com cordeiros puxados por cordas e mulheres a comprarem caixas dos tradicionais doces de amêndoas e pistachios para as festas do dia seguinte.


Vamo nos deitar que o dia começou cedo e o segundo dia promete 😉

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Hi! I love the places you describe, I am planning to travel there, I am now in Portugal and i want to go to Algarve to go to Moroccos. Please help me!!! Did you buy the tickets there in Algarve or its online?? In which specific place, where I have to go to buy that tickets to go and to return, I think its fine to go 3 or 4 days(i dont have much money) and where do you stay??… So I will take the boat then a taxi and thats all right? Please please help me 🙁 Thank you so much

Hello i bought the tickets there in the port in spain, not in algarve its like 4h30 driving. in maracas we start i ceuta that isnot beautiful. if you want to to chefachouen for example its better if you take a bus or rent a car from here because its like two hours driving, i think a taxi it will be very expensive.

the port in spam in algeciras.

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