Há anos que sigo o blog Dias de uma Princesa e a adoro a escrita meiga e fluída da Catarina Beato, a sua autora. Jornalista free lancer, mãe solteira de dois rapazinhos – um a entrar na pré-adolescência, outro o dar os primeiros passos – apaixonada pelo pai, pelas letras, pelos filhos, por abóbora e por panquecas – e agora também pelo exercicio fisico- , transmite para os seus posts uma calma, uma serenidade e ao mesmo tempo uma paixão pelas coisas simples da vida, como não há igual.
Ler a Catarina tem o condão de me relaxar, de me fazer perceber que tudo se faz, tudo se resolve, tudo é possivel – se ela o conseguiu para mim vai ser peanuts ;-).
Embora entre filhos, trabalhos e poupanças, a Catarina tenha pouca disponibilidade para viajar, esta também é uma das suas paixões. E idealmente tem o objectivo de fazer uma viagem por ano com os seus dois rapazitos.
É a convidada desta semana para a rúbrica Pelo Mundo com um Blogger. Aqui fica:
Pelo mundo com um bloguer…
O que recorda ainda hoje da primeira viagem que fez?
Viagem grande, Paris. Lembro-me de tudo. Fui com os meus pais. O meu pai nunca foi grande entusiasta de viagens, gostava de rotinas muito rígidas e férias tinham que ser sempre nos mesmos lugares. Depois de saber que estava doente, resolveu aproveitar a vida. Eu e a minha mãe, apesar da tristeza, ficámos felizes.
Fomos uma semana para Paris. Levávamos cada dia preparado ao pormenor e uma câmara de filmar para estrear. Lembro-me dos lugares, dos filmes que revíamos antes de adormecer muito cedo porque no dia seguinte estávamos a cumprir o plano às 6h da manhã.
Se viajar é apenas sair de casa, Vila Nova de Mil Fontes, a minha praia de menina. As viagens de carro, os cheiros e, claro, as rotinas.
O que é viajar para si?
Viajar é ganhar mundo. “Ganhar mundo” é uma expressão literal e figurativa de que gosto particularmente. Viajar é conhecer, é sair da zona de conforto, é experimentar sabores, ver lugares, ouvir outros sons. Viajar é também aquilo que nos permite sonhar, fugir e regressar com tudo o que estes verbos têm de maravilhoso.
“Ganhar mundo” não se faz apenas fora do nosso país, faz-se no Alentejo, no Algarve, na Madeira e nos Açores, faz-se no Norte mais escondido e nos passeios ao Porto.
Tenta conhecer sempre sítios novos ou há algum sitio a que regresse sempre?
Regresso sempre a Londres. Porque temos uma relação de amor muito forte. Sozinha, completamente sozinha, com os meus pais, com a minha mãe, com amigos, com um filho, com os dois filhos. Regresso sempre a Londres porque preciso de voltar a lugares que passaram a fazer parte da minha geografia sentimental e dos quais tenho muitas saudades.
Regresso sempre ao Porto e ao Funchal porque são cidades que guardam uma parte importante da minha história e porque há sempre muito para fazer.
Mas em Portugal regresso sempre a todos os lugares porque conheço quase tudo.
Mas, para além disso, tento sempre incluir novos destinos, se não deixo de ganhar mundo e ando sempre, apenas, a matar saudades.
Se só pudesse viajar para um único continente, qual escolheria?
Como hipocondríaca que sou com os meus filhos, Europa. Mais perto e mais fácil de controlar.
E para uma escapada de fim de semana, o que recomenda?
Com avião, Madrid ou Londres. Sem avião: Porto.
Se pudesse partir já amanhã, para onde seria?
Partia para a mais bonita estância de neve que existisse no mundo.
Que destinos tem a sua volta ao mundo de sonho?
Seria uma viagem de carro, com muito quilómetros. Queria conhecer todos os recantos da Europa com os meus filhos: todos os países, todas as capitais, todas as casinhas de campo, os rios e as praias. Depois mandava-os para casa e seguia a viagem de avião: Tóquio é a capital mais longínqua que não queria morrer sem conhecer. E a Austrália é o país mais distante a que gostava mesmo de ir. Acabaria a minha viagem nos Estados Unidos, eu e um carro, novamente.
Vai partir daqui a 30 minutos para uma grande viagem e não tem tempo para fazer as malas, qual é o único objecto de que não prescinde?
O cartão de crédito. Resolve o resto, incluindo ir comprar um telemóvel antes que me desse um ataque de ansiedade pela falta do mesmo.
Se fosse uma cidade, qual seria?
Lisboa. Cheia de luz, cheia de Tejo, cheia de becos escondidos, saudades e lamentos.
Qual foi o episódio mais estranho que lhe aconteceu numa viagem?
Quando fui a Londres com os meus filhos quiserem expulsar-me do avião porque o meu mais novo (com um ano e meio nessa altura) fez cocó na fralda e eu tentei mudar no lugar (foi uma manobra rápida mas o senhor ao meu lado não gostou mesmo nada).
Que destino escolheria apenas pelos restaurantes e pela sua gastronomia?
Viajaria durante muitos meses pela Ásia.
Qual foi a comida mais estranha que já experimentou numa viagem?
Serve responder Tripas à Moda do Porto?
E a melhor?
Eu gosto muito de comida de rua, ou seja, gosto da comida japonesa, indiana, turca, chinesa e nepalesa que se faz nas ruas das capitais europeias por onde passeio. Se tivesse que escolher apenas uma: os “döner” que comi em Berlim.
E por último… já tem planos para onde será a sua próxima viagem?
Vamos uma semana para a Dinamarca, depois de uma promoção fabulosa no preço da viagem de avião (5 pessoas menos de 500€). O mote era conhecer a capital mais amiga das crianças – Copenhaga e ir à Legolândia (não é pelos meus filhos, é mesmo por minha causa).
Obrigada Catarina.
Blog Comments
pelo mundo [com Catarina Serra Lopes] - dias de uma princesa
23 de Abril de 2018 at 16:41
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