E no segundo dia Nova Iorque acordou debaixo de chuva e apesar de não gostar de chuva, nesta cidade nada se deixa de fazer por causa da mesma. As ruas continuam à pinha, os restaurantes e os cafés cheios, há filas à entrada dos museus e dos principais armazéns.
Como tanto eu como o F. já viemos várias vezes a Nova Iorque, pulámos grande parte dos habituais “landmarks” e depois de uma breve passagem pela Grand Station – linda mas linda- rumámos ao memorial do 11 de setembro que foi inaugurado já depois da nossa última estadia na cidade.
Fico impressionada com a obra – duas piscinas imensas com um buraco negro a meio por onde se esvai a água – e que me criaram pelo menos a mim uma sensação de perda, de desolação, de medo e de tontura. Parece que é o mundo e não apenas água que está a esvair- se por aqueles dois buracos negros. Sem fim, sem volta atrás. Não se consegue ver o fundo dos buracos negros de nenhum dos ângulos em que estejamos. Mas conseguem se ver bem os nomes dos milhares e milhares de vítimas do 11 de setembro, gravados nas paredes laterais das piscinas. Alguns com rosas, outros com bandeiras dos seus países de origem. Todos com uma história tão triste.
A um canto, a única árvore sobrevivente. Com cores de Outono.
Meio a atirar para o acabrunhados que estas coisas não deixam ninguém aos pulinhos, resolvemos ir dar uma volta até ao Meatpacking District, um dos meus bairros favoritos em Nova Iorque. Onde foi em tempos um cluster de talhantes, é desde há uns anos um spot de lojas de designers, bons restaurantes, bares e bistrots. Tudo com muito boa onda.
Como entretanto já era mais do que hora de almoço, fomos ate ao Bubbys High Line, um daqueles sítios tipicamente americanos, com muitas mesas de madeira e ferro, um grande balcão, bolos com ar de filme e um brunch de ementa vasta onde não faltam hambúrgueres de meio quilo, ovos benedict – não há ementa de brunch em nova Iorque que não tenha ovos benedict, sabe se lá porquê – saladas com tudo e mais alguma coisa e sanduíches com 10 patamares. Tudo com a legenda de “home style cooking”.
O sítio é giro, a comida é saborosa e as doses são perfeitas para um europeu dividir. A clientela é um misto de famílias americanas em brunch de fim de semana, senhoras de cabelo armado com ar que saíram do Dallas e grupos de amigos/amigas de estilo puramente nova iorquino a parecer que saíram do Sex and the City ou do Gossip Girl.
Depois do almoço ou brunch – é mais trendy dizer brunch – onde dividimos um hambúrguer e uma salada, fomos espreitar dois mercados que abriram na zona e que dão ares do nosso mercado de Campo de Ourique ou da Ribeira. Um é o mercado de Gasenvoort, pequeno, giro, bem arranjado e com “food corners” com muito bom ar.
Outro é o Chelsea Market, muito mais, com muitossss espaços diferentes, alguns giros, outros mais a lembrar o “food court” de um dos nossos centros comerciais. Muita gente e para mim confusão a mais.
Atravessei de um lado ao outro em passo militar, não parei em lado nenhum e só descansei quando vi novamente a luz do dia ao fundo do corredor.
Já quase a anoitecer resolvemos ir então até à Quinta Avenida ver as iluminações de natal e as decorações das lojas que nesta época não poupam esforços para se engalanarem ao expoente máximo. Armazéns como o Bergorf ou o Saks transformam as suas montras em autênticas obras de arte. O Saks chega mesmo a fazer espectáculos de luz e música pela fachada inteiro di edifício. Mesmo em frente, outro clássico é a árvore de natal do Rockfeller Center no topo da pista de patinagem no gelo. Já estive algumas vezes em Nova Iorque nesta época e já vi a árvore inúmerasssssss vezes na televisão e afins, e posso dizer que este ano estava pirosita que só visto. Mas pronto é Nova Iorque, é Natal e tudo passa nos intervalos da chuva.
Fartinha de multidões – a Quinta Avenida estava à pinha com meio mundo a acotovelar-se para ver as decorações natalícias – resolvemos ir beber um copo com calma ao 230 Fifht um bar que fica num rooftop na Quinta Avenida com uma vista esplêndida sobre os arranha céus da cidade.
Pena que como estava a chover, o terraço que está aberto todo o ano com aquecedores para as noites mais frias, estava fechado e a zona interior não tem tanta piada.
Decidimos então ir até ao Top of the Standard, o bar discoteca no último piso do hotel Standard High Line, a nova coqueluche nova iorquina. O sítio é muito giro e tem uma vista linda sobre Nova Iorque.
No piso térreo do Standard fica também um restaurante com muito boa onda, o Standard Grill – tipicamente aquilo que eles chamam de “tavern” e que nos faz sentir no cenário de um filme passado nesta cidade. Ao lado com um ambiente mais casual fica ainda a recriação de um grande “biergarten”, onde não faltam mesas corridas, canecas de cerveja e salsichas.
Entretanto chegou a hora da nossa reserva no Tao Downtown, um dos novos restaurantes da cidade e que é mais um daqueles grandes espaços cénicos que dificilmente se encontra noutro sítio que não nesta cidade. Uma sala enorme em tons escuros, de inspiração oriental, um grande Buda ao fundo, um bar na entrada apinhado de gente com ar de festa, A música talvez demasiado alta, mas tudo faz parte do show.
Quando chegámos eram dez da noite e estava à pinha, quando saímos era próximo da meia- noite e estava ainda cheio e muita gente a chegar para jantar.
A comida é oriental e tem para além de sushi e sahjmi vários pratos tailandeses, de Singapura, do Vietmane etc….
Pedirmos um tártaro de atum, uma massa Singapura e um arroz frito e estava tudo muito bom.
Cansados, muito cansados já, demos a noite por terminada a seguir ao jantar. Até ao dia seguinte.
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