Eu sou do tempo em que não havia Ikea. Só a Pollux e o Braz e Braz, onde se ia comprar o “enxoval”. Muitos andares, umas senhoras já entradotas a atender, um elevador lento, mais lento não há. Na Baixa antiga, ainda sem turistas nem tuk tuks.
Uma Baixa algo cinzenta confesso, com pouco colorido, nada cosmopolita e a cheirar um bocadinho a anti-traça.
Mas eu sou também deste tempo. Em que a Pollux ainda existe mas já tem um rooftop – é mais trendy do que terraço, não é? -.
Chama-se Less, tem uma vista soberba sobre a Baixa Lisboeta, do casario até ao rio. E Lisboa é tão linda. Logo à frente o Miradouro de Santa Justa e o Convento do Carmo, ao fundo o Tejo.
Lá dentro uma sala ampla, cá fora um terraço com algumas mesas e sofás. Um espaço confortável com uma ementa a cargo o chef Miguel Castro Silva, que já deu várias provas em anteriores espaços.
Um menú que tem tábuas de presuntos e queijos para acompanhar um copo de final de dia, mas também salada japonesa com atum e cebolete, robalo marinado com ervas frescas, lombo baixa da vazia maturada ou tártaro de corvina e abacate com leite de açafrão.
Para um almoço leve de um dia de Verão, a dois, optámos, por uma salada de frango com requeijão, frutos secos e molho de iogurte e um hambúrguer no pão com cogumelos, cebola confitada e vinho do Porto. Para entrada tostinhas e manteiga caseiras. A salada estava muito boa e carne do hambúrguer era 5 estrelas e cozinhada no ponto.
Esteve-se bem por lá. Um ambiente calmo, sem música aos berros, gente q.b, mais turistas que locais. Uma brisa a cortar o bafo deste Agosto. Mais um terraço nesta Lisboa que cada dia se reinventa e surge jovem e cosmopolita. Mais um espaço a voltar. Noutros dias, a outras outras horas.
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