E o último dia no Cambodja começou logo pela manhã cedo com um passeio até ao Tonlé Sap o maior lago do Sudeste Asiático. De dimensões impressionantes – na época seca tem cerca de 3 mil km de área, na época das chuvas 13 mil – tem dezenas de aldeias flutuantes, mercados, escolas, igrejas e um total de 80 mil habitantes.
O guia que nos acompanhar, o Rai explicou-nos um bocadinho destas vidas, vidas pobres, muito pobres. A grande maioria dedica-se à pesca durante a época das chuvas e ao cultivo do arroz na época seca. Tudo trocado por miúdos, a maioria dos habitantes deste lago não vive com mais de um dólar por dia. E os filhos são muitos e a mortalidade também. A maioria não vive acima dos 55 anos e cerca de 12 por cento das crianças não chega aos 5 anos. Números de uma realidade triste. Pelo caminho, primeiro de carro, depois de barco, vamo-nos cruzando com casinhas, umas em cimas de palafitas, outras em jangada. Redes a fazer de camas, crianças semi nuas a espreitar nas portas, rouba com mais buracos do que tecido na corda a secar.
Passam por nós barcos de pescadores, barcos de comerciantes, barcos de locais que foram às compras ao mercado próximo. Tudo se passa no lago. Tudo se vive no lago. E do lago.
Passamos a manhã em passeio por aqui e regressamos já só depois de almoçarmos a bordo uma sopa Tom Yum, cheia de erva príncipe e folhas de lima kafir. Muito aromática, exactamente como eu gosto.
A tarde foi novamente dedicada ao descanso. A verdade é que quase não se vê vivalma nas ruas de Siem Reap durante a a maioria das horas de calor. A única coisa que apetece é estar metido dentro de água. E isso que fazemos até hora de jantar, altura em que nos arrastamos até ao centro para constatarmos mais uma vez que a bela da Pub Street não tem mesmo nada a ver connosco. Pejadas de resraurantes ocidentais e de seus conterrâneos, sem qualquer pinga de graça e quase totalmente descaracterizara, não fossem os tuks tuks parados nas esquinas à espera de clientes.
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