Que grande concerto Pedrinho ;-)

Há amores à primeira vista e aqueles que não o são.

Quando há 20 anos atrás o Pedro Abrunhosa apareceu com o seu álbum Viagens, confesso que não me apaixonei. A figura em sim metia-me alguma irritação, as músicas – para além de uma ou outra balada, não me diziam nada e a euforia que se juntou em volta do seu aparecimento no plano musical, fez-me ganhar algum ódiozinho de estimação.

Chegou mesmo a haver o dia em que fomos apresentados por amigos comuns, num mini- concerto no saudoso Bar do Rio, e em que estes lhe confidenciaram que eu não ia com a cara dele. “A sério? Então porquê?” e rabiscou -me um autográfo num livro seu: “Para a Catarina, que espero que algum dia mude de opinião acerca de mim”.

E mudei. Mudei de tal forma que até foi ao som desta sua música que passados 15 anos, entrei na festa do meu casamento, pelo meu braço do meu pai, entre assobios e aplausos. Num final de tarde Verão.

Foi ao som das músicas dele que vivi alguns dos melhores momentos da minha vida e perdi a conta às horas que já passei a cantar e a dançar ao som dos seus hits ao longo destes anos.

No Sábado passado, rumei ao Meo Arena para assistir ao seu concerto – com algum receio confesso – não sabia se Abrunhosa resultaria muito bem em palco. Mas resultou. E bem demais.

As músicas lindas cantadas em uníssono, a simpatia, a entrega, a energia inesgotável. 3h30 de concerto no qual conseguiu arrabatar o público logo ao fim dos primeiros momentos. Entrou em grande, saiu ainda melhor. Ri, emocionei-me, cantei a plenos pulmões, dancei como há muito não dançava e recordei episódios de outras vidas – lembraste Nuno quando os vizinhos de cima queriam chamar a policia porque diziam que o nosso rádio estava aos altos berros e afinal eramos só nós os dois que estávamos a cantar o “Tudo o que eu te dou”?.

Voltei à adolescência, passei pelo início da idade adulta, recordei coreografias antigas e acabei a reviver a pele de galinha que senti no dia do meu casamento.

Para terminar em grande, Abrunhosa ainda cantou  dois duetos com Camané: o Ilumina-me, que pôs um pavilhão inteiro de bracinhos no ar a abandonar as lanternas dos telemóveis – quando é que foi mesmo que estes substituiram os isqueiros? – e Quero voltar para os braços da minha mãe que pôs meio mundo de lágrimas nos olhos.

Parabéns Pedrinho estiveste em grande. E a verdade é que desde o final de tarde no Bar do Rio até hoje, já mudei muito de opinião acerca de ti. Quando me quiseres dar outro autógrafo é só dizeres 😉

 

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