Depois de há alguns anos atrás ter sido cliente assídua do Lolipop, foi com curiosidade que fui conhecer o novo gastro-bar do LX Factory, localizado no mesmo saudoso 4º andar com vista para o rio.
Rio Maravilha de seu nome – numa homenagem ao Rio Tejo e ao Rio de Janeiro,- é o novo projecto do chef Diogo Noronha, já conhecido pela sua Casa de Pasto, no Cais do Sodré. (Mick Jagger foi jantar a este restaurante numa das suas últimas passagens por Portugal.)
Começando pelo espaço, o Rio Maravilha está sem dúvida fantástico. Um terraço com uma vista linda, uma sala envidraçada que não lhe fica atrás, uma decoração moderna, cheia de toques entre o vintage e o pós moderno. Giro, mas giro. Uma cozinha semi aberta, um bar de cocktails idem, com muitos néons. Uma mesa gigante com um tampo onde se projectam imagens. Um espaço diferente e que realmente surpreende pela positiva.
Passando ao atendimento, simpático, sem dúvida, mas ainda um bocado mal preparado. Os empregados não sabem explicar os pratos, têm dificuldade em dar respostas… mas sorriem muito e são prestáveis… espera-se que a eficiência seja o próximo passo.
Já a comida… eu não gosto de dizer mal, é que não gosto mesmo, adoro escrever maravilhas sobre os sítios onde estive… mas a comida do Rio Maravilha deixa muitoooooo a desejar. E não consigo dizer isto de outra maneira, mas há muito tempo que não comia tão mal. E eramos 8 pessoas e ficámos todas assim com um ar um bocadinho para o desconsolado. E custa-me dizê-lo, mas acho que já que estão a arrancar agora com este novo gastro bar, não há nada como inverter a marcha e tomar um novo e melhor caminho.
Começámos por pedir uns corn dogs de alheira de caça com molho de couve portuguesa, que foi sem dúvida o que provámos de melhor. Mas também não é difícil que alguma coisa com alheira fique boa.
Partilhámos também uns chips de mandioca e torresmos, que só ficaram bonzitos porque os fomos lambuzando no que restava do molho dos corn dogs de alheira, caso contrário seriam bastante insípidos. Os torresmos mais pareciam aquelas bolachas de arroz das lojas de produtos naturais, que se vai comendo com esforço em prole de caber no bikini no próximo Verão.
Provámos ainda uns crocantes de polenta e queijo que só sabiam a fritos e de queijo nem pitada. Aliás, o cheiro a fritos que vem, por vezes, da cozinha, também é algo imperdoável num espaço destes.
Depois houve quem pedisse hambúrgueres de novilho – não podiam ser mais banais – e houve quem pedisse lingueirão com alho francês e molho nivernaise – que também não agradou por aí e além.
Eu e o F. dividimos uns rillettes de porco com massa crocante e piso de salsa, ou seja carne de porco desfiada – demasiaa carne de porco e demasiado gordurosa. A massa crocante, não podia também estar mais oleosa. O piso de salsa não percebi sequer o que era.
Por fim, partilhámos um entremeio com novilho, algas e maionese de ostras, o que foi escolhido pelo F. pois embora adore ostras não acho que maionese de ostras seja propriamente uma coisa apelativa. Graças a Deus, na maionese não havia qualquer vestigio de ostras, pelo menos à primeira vista.
O prato apesar do nome rebuscado, revelou-se apenas uma mini sanduíche de pedaços de bife frio, um pão sensaborão, branco, também ele frio. Muito mauzinho.
Meio desconsolados, a seguir ao jantar rumámos novamente para o terraço, para desfrutar da vista e de um copo de vinho.
Fiquei com pena, sei que vou voltar muitas vezes, para beber um copo ou outro com vista para o rio, mas faria todo o sentido que a carta acompanhasse o espaço.
Nota: não há fotos de todos os pratos, não porque os tivéssemos comido muito depressa, mas porque a luz não era suficiente para tal.
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