Conheço Maputo há 16 anos, e desde então praticamente todos os anos tenho vindo passar uns dias, às vezes umas semanas e por vezes uns meses por aqui.
Ao longo destes anos tenho visto a cidade a transformar- se, os arranha céus a despontarem, os portugueses a chegaram em bando, o aumento do trânsito, a queda do metical, a pobreza, a insegurança, a debandada dos portugueses, a melhoria das condições de vida novamente, o fim da onda dos raptos, uma Marginal nova linda junto ao mar, a nova ponte para Catembe finalmente a ser construída.
Mais trânsito, mais expatriados de todo o mundo. E a cidade das acácias que continua sempre para mim a ter um brilho especial. Muito especial. Com cheiro a terra molhada e a flores. Com os seus mil mercados e tantos passados. Tanta história, tanta vida e tanto futuro em cada criança que por nós passa. E criança é coisa que não falta em Moçambique. De pé no chão e sorriso aberto, de dentes brancos enfileirados e olhos grandes. Meninos que são felizes sem precisar de dar nome a essa felicidade. Sem precisarem de terem para serem.
E no meio de tudo isto, fico feliz sempre que aqui chego e vejo que a cidade continua a reinventar se. Novos restaurantes, centros de exposições, bares, esplanadas. Com muita pinta. Que seriam giros em qualquer sítio do mundo.
Como este Botânica. Nova descoberta mal aterro. Destino escolhido para almoçar à sombra de um dia quente. Sempre quente esta cidade.
Botânica é giro mas giro e ainda por fica mesmo ao lado da Fundação Leite Couto, do pai do Mia Couto, sítio ideal para beber um copo ao final do dia e checar as últimas exposições.
Já o Botânica é ideal para tudo, abre a partir do meio dia e daí em frente é só escolher. Um almoço leve, um copo, um lanche, um petisco. Tudo num jardim tropical decorado com muito bom gosto.
E a ementa senhores, que pratos deliciosos. Os que provei e o que vi passar. Saladas, sanduíches, pequenos petiscos de inspiração grega para partilhar.
Pela minha parte deliciei me com umas chamucas de frango e milho que estavam deliciosas. Como prato partilhei com a I. uma picanha divinal acompanhada de rúcula, abacaxi, lascas de parmesão é umas fatias de um pão algures entre a pita e o bolo do caco. Que delícia.
Pena o Botânica estar tão longe de Lisboa senão já tinha novo spot para assentar arraiais.
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