Chegamos ao Sri Lanka manã cedinho.
Do aeroporto de Trivandrum para Colombo no Sri Lanka é uma hora de voo. Mal aterramos deparamo-nos com um aeroporto modernissimo com grandes LCS’s, corredores espaçosos, um Duty Free recheado das melhores marcas. Enquanto esperamos pelas malas a banda sonora são músicas de natal, muitas músicas de natal.
Espera-nos um carro com motorista para nos levar até Kandy, cidade interior do Sri Lanka. É um Toyota Prius, preto, de vidros fumados.
Reparo pela estrada fora que se veêm vários carros híbridos como o nosso o que denota alguma preocupação ambiental. Também noto em comparação com a Índia de onde viemos, as estradas mais limpas, a pobreza menos chocante, não se veêm maltrapilhos a deambular ao longo das estradas e saris quase nenhuns. Aqui a maioria da população é budista e de quando em quando lá salta uma “stupa” ao caminho.
Igual à Índia, o trânsito infernal que nos faz demorar quase três horas a fazer 120 km. Muitas curvas, muitas ultrapassagens a fintar autocarros, camiões e tuk tuks em contramão.
Andar por estas estradas é um desafio para qualquer sistema nervoso.
As vilas sucedem-se sem interrupção, muito comércio, muita gente, muitos placards publicitários, e também muitas bananeiras, muitos coqueiros, muito verde. O Sri Lanka é o país do verde. De todos os verdes. Dos que já vi e dos que nunca vi.
É também um país que passou recentemente por 26 anos de Guerra Civil entre os singaleses e os tamil e que se não fosse isso, dizem que teria sido um dos países mais desenvolvidos da Ásia . 90 por cento da população é letrada e só isso já diz muito. Vamos a ver se agora a paz veio para ficar.
Chegamos a Kandy e vamos directos ao hotel, o Earl’s Regency, onde nos espera um almoço fantástico para nos retemperar do cansaço da viagem e das muitas horas sem comer.
Para começar dois cocktails de marisco que nos surpreenderam mais pelo requinte da apresentação do que propriamente pelo sabor. De repente parece que estamos num qualquer restaurante europeu.
Mas logo prosseguimos chamando os pés à terra com um caril de peixe à moda do Sri Lanka acompanhado de um belíssimo dhal, arroz branco e sambol de couve. Divinal.
Já recompostos, lá nos metemos novamente no meio do trânsito a bordo de um tuk tuk até ao centro da cidade.
São 20 minutos em montanha russa, no meio de uma poluição tal que fico com a garganta toda arranhada. O tuk tuk é aberto e os tubos de escape dos autocarros, carros, motas e carripanas não são propriamente Chanel nº 5.
Nem em Bangkok onde meio mundo anda de máscara a tapar a boca e o nariz me senti a respirar tanta poluição.
Um claro contraste com Kandy que com a sua paisagem de montes e vales, as suas casas de traçado colonial e o seu grande lago, mais parece uma vila plácida de montanha.
Mas quando chegamos ao centro vemos que de plácido não há muito. As ruas apinhadas, o comércio feroz, bancas por tudo o que é lado, ao nível dos passeio e em subterrâneos, a venderem fritos, frutas, roupas e brinquedos.
Lojas de electrodomésticos e padarias, muitas padarias esta terra tem, embora me tenham dito que o pão não é nada de especial.
No centro da cidade, o trânsito continua caótico com pequenos polícias sinaleiros a tentarem pôr alguma ordem. Para ajudar à festa, o barulho dos corvos que pintam o céu de preto em bandos gigantescos. Nunca ouvi tanto barulho de pássaros.
No meio de tudo isto, os locais passam e sorriem. E à beira do lago respira-se paz e beleza e casais de namorados passeiam de mãos dadas. Numa das sua margens o Templo do Dente de Buda o local mais sagrado do país dá o toque místico à paisagem.
Caminhamos pela beira do lago desde o final da tarde até ser noite. Sopra uma ligeira brisa, que depois da brasa do dia, nos limpa a alma.
Regressamos ao hotel noite escura para mais um jantar magnífico. Desta vez é buffet e logo eu que abomino buffets de hotel que me soam sempre a resorts “all inclusive” em Cancun com turistas a passearem-se de pratos cheios de esparguete à bolonhesa, pizzas e mini hambúrgueres.
Mas o buffet do Earls Regency não é nada disso, nem pouco mais ou menos. Tem copos e copinhos cheios de “amuse bouche” fantásticos, um buffet de saladas de fazer salivar o mais puro dos carnívoros, uma secção de comida indiana com umas chamuças com chutney de hortelã que entraram directamente para o ranking das melhores chamuças que como até hoje.
E por fim os “rechauds” da comida local, com um “khadi” maravilhoso, um “sambol” óptimo, um dhal do mais saboroso que há, arrozes vários e um frango com caril preto que eu nem sabia que existia.
Ainda passei pelo balcão das sobremesas mas só para comer com os olhos e mesmo assim acho que engordei meio quilo de tão saborosas que todas me pareceram 😉
Depois do jantar retiramo-nos para o nosso quarto, uma suite fantástica com uma vista linda sobre as colinas de Kandy. Se não fosse o calor, dizia mesmo que estava num cenário alpino.
Amanhã nova aventura.
Blog Comments
Daniel Carreira
22 de Dezembro de 2016 at 14:30
Sugiro se possível indicação de preços,quanto às descrições uma maravilha
pelomundo13
27 de Dezembro de 2016 at 10:49
Olá Daniel, para saber preços e afins pode-me enviar um mail para [email protected] com as datas em que pretendia fazer a viagem e quantas pessoas seriam. Se quiser dê uma vista de olhos no site da minha consultora de viagens: http://follow-me.com.pt