Viagem ao Dubai – I

E cá estou para vos contar tudo sobre a minha viagem ao Dubai.

Uma viagem que surgiu de repente, sem grande planeamento, sem nenhuma antecipação.

Uma conversa entre amigas num almoço despertou me o bichinho. Com já 75 por cento da população vacinada neste momento, com um voo directo com PCR obrigatório para lá e para cá, este apresenta-se actualmente como um dos poucos destinos seguros. E ainda por cima com praia, água quente e restaurantes e a bares abertos sem quaisquer restrições de horários e afins.

Isto juntamente com a minha vontade de viajar a chegar aos limites do razoável, não me deixou margem para dúvidas: e Dubai ainda fomos nós.

Cinco dias apenas para recomeçarmos a ambientar a miudagem às nossas ausências.

A verdade é que até agora já estive nos Dubai várias vezes em escalas, mas nunca houve oportunidade para sair do aeroporto.

Para além disso sempre achei que o Dubai não era bem a minha praia. Muitos centros comerciais, muitas burkas, muitos carros topo de gama a circular freneticamente por largas autoestradas e viadutos sem fim, muitos restaurantes luxuosos, muito esbanjamento, muito dourado e tudo um bocadinho com ar “fake”.

E na realidade o Dubai é tudo isso mas não só isso.

Há muitos centros comerciais (eu só passei pelo Dubai Mall e foi para subir ao Burj Khalifa – o prédio mais alto do mundo – e bastou). Vêem-se muitos Ferraris e Porches e Lamborghinis de cores improváveis, sem dúvida.  Vêem-se menos burkas do que eu estava à espera. Em 2 milhões e meio de habitantes já só um milhão são árabes, o resto são expatriados de todas as partes do mundo.

Não se vê praticamente ninguém a andar a pé pelas ruas em passeio, a não ser junto ao mar, tal o calorão. No Dubai até as paragens de autocarro têm ar condicionado e nas praias a bandeira está muitas vezes encarnada para avisar que a água está quente demais.

Aliás aqui tudo é  mais… mais do que nos outros sítios.

O Atlantis que é dos hotéis maiores e mais impactantes do mundo, o Burj El Arab que é hotel com mais estrelas do mundo, o Burj Khalifa que é o prédio mais alto do mundo…

 

 

 

 

 

Enfim, para além disto a verdade é que o Dubai tem dos arranha -céus mais bonitos que vi na minha vida, não tivessem sido os melhores arquitectos e engenheiros de todo o mundo. E que vale a pena ficar com um torcicolo para andar de nariz empinado a olhar para os céus do emirado lá isso vale.

 

Mas antes de partirmos para os arranha céus, o meu primeiro dia no Dubai foi mesmo passado na zona antiga, na zona dos souks e do bairro histórico de Bastakiya. Gosto de conhecer o novo, o moderno, mas sem dúvida que em qualquer viagem gosto também de me perder pelas raízes, pelas ruelas, pela história. E nesta viagem não houve excepção. E ainda bem.

 

 

 

 

 

A zona em si chama-se Bur Dubai e pode se aceder de táxi ou de metro, saindo na paragem Al Fahidie Metro Station 2.

Antes de ir informe-se se é altura do Ramadão (como era neste caso), pois durante esses 30 dias alteram-se os horários dos souks, restaurantes, galerias de arte etc

A primeira coisa que fiz foi apanhar um Abra, o barco tradicional do Dubai para atravessar o Creek, um rio de água salgada, para a zona de Deira, onde ficam os principais souks do emirado.

 

 

 

 

Aqui há souks de tudo: ouro especiarias, material de cozinha, brinquedos, roupa etc…

Um problema, não dá para ver nada com calma, pois os vendedores lançam se logo a nós a perguntar o que queremos. Para mim isto tem o efeito inverso, não ma cativa e dá me vontade de fugir dali a 7 pés. Que foi aliás o que fiz. Novo Abra e na outra margem, já no bairro histórico fui refrescar as ideias num restaurante a não perder, o Tea House. Do mais instamagrável que há e pelo que se ouve dizer e vi passar com comida divinal.

 

 

 

 

 

Infelizmente com o calor que estava o apetite não abundava e fiquei me por uma limonada.

 

 

 

 

Depois do refresco aproveitei o resto da tarde para passear pelo bairro giro, mas giro de Bastakiya, originalmente um bairro de mercadores persas, com origem no sec XVII e que esteve ao abandono durante muitos anos. A renovação começou em 2005 e hoje as antigas casas estão transformadas em lojas, restaurantes, galerias de arte. Mesquitas e templos hindus, mulheres de burka, homens vestidos com a Kandoora e com o Ghtrah na cabeça dão o toque exótico à paisagem.

 

 

 

Isto tudo com ruelas estreitas e o persistente toque para as orações a ressoar pelos inúmeros megafones, faz-nos sentir além fronteiras.

Ao final da tarde, aproveitando a hora mágica do, é hora para alugar um Abra e fazer um passeio de barco pelo rio acima. Entre as casas tradicionais e os arranha céus que por aqui também já vão despontando, este passeio vale bastante a pena para se ficar com uma ideia global de uma cidade que não é só palmeiras, praia e torres espelhadas.

 

 

 

 

 

 

Para primeira noite e para o choque cultural ser logo todo de uma vez, fui jantar ao Sheik Mohammed Centre for Cultural Understanding – reserva obrigatória – que fica também no bairro histórico.

 

Aqui voluntários e não só, recebem visitantes com quem partilham os sabores da gastronomia dos emirados para além de responderem a todas as dúvidas sobre o modo de viver dos árabes nesta região, o islamismo etc…

 

O jantar é servido no chão – a comida estava maravilhosa – e acompanhado de uma longa conversa, onde fico a saber entre muitas outras coisas, que por aqui cada homem pode ter 4 mulheres, que os casamentos ainda são arranjados, que o divórcio já é permitido, mas como normalmente a família da mulher não a recebe de volta, o Estado dá-lhe uma casa.

 

 

 

 

Entre os pratos e as sobremesas segue-se, uma visita à mesquita mais próxima, onde ficamos a saber que a primeira oração é às 4h27 da manhã (todos os dias!!!).

 

No fim ainda nos levam a uma pequena encenação da vida dos beduínos no deserto, onde nem faltam 2 camelos, uma fogueira, músicas tradicionais e um cafézinho feito à moda antiga por este povo nómada.

 

 

 

 

Esta última parte é assim um bocadinho plastificada, mas mesmo assim, por aquilo que me disseram, bastante melhor do que os vários tours que se fazem por aqui ao deserto e que mais se assemelham a uma ida à Feira Popular.

Para terminar o primeiro dia e em resumo:

 

– Passeio pelo bairro histórico e paragem para almoço no TeaHouse.

– Passeio de Abra ao final do dia pelo Creek.

– Jantar no centro islâmico, o melhor sítio para provar a comida local e conhecer um pouco melhor da cultura e religião muçulmana.

 

Se quiser que lhe planeie uma viagem ao Dubai contacte [email protected] ou vá a https://followmeviagens.pt

 

 

 

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