E vamos lá começar então com o relato da viagem ao Vietname e ao Cambodja… duas semanas fantásticas a passear por sítios lindos, a conhecer pessoas fantásticas, a provar pratos maravilhosos…. Mas começando pelo o início:
O primeiro dia começou cedo com um grande passeio a pé pelo bairro histórico de Hanoi, a capital do Vietname e a segunda maior cidade do país, com 8 milhões de habitantes.
O bairro histórico consiste num emaranhado de ruas, algumas muito estreitas, outras mais largas, pejadas de comércio, motas, carros.
No bairro antigo de hanoi tudo se vende há lojas de tudo desde ferragens a máscaras de carnaval e imitações da North Face.
Os passeios são todos ocupados ou por bancas das lojas ou por esplanadas feitas de mini banquinhos e mini mesas tal jardim infantil. Mas o que é à primeira vista caricato, até acaba por ser bastante confortável.
Com os passeios totalmente ocupados, os transeuntes são obrigados a andar pelo berma da estrada, numa autêntica gincana aos carros e às motos que se cruzam.
Para atravessar as ruas mais vale fiar se na sorte do que nas passadeiras, pois ninguém pára nestas.
E as hordas de carros e de motos são ininterruptas. Segundo li no guia do Lonely Planet a técnica está em atravessar a estrada calmamente sem fazer gestos bruscos que os veículos irão se desviando.
Ponho em prática e a verdade é que dá resultado, ou pelo menos não fui atropelada.
Irónicamente, apesar da história deste país, grande parte dos ocidentais com que nos cruzamos são americanos…
Nos guias vem a dizer que a maioria dos vietnamitas fala inglês. Se calhar são os dos campos porque os de Hanoi dificilmente dizem uma palavra. Mas é um povo simpático, em geral muito simpático, amável, educado.
Mesmo no meio do trânsito caótico e do barulho ensurdecedor das buzinas. Apesar do qual ainda se consegue ouvir o chilrear dos passarinhos que esvoaçam nas gaiolas de madeira que os vietnamitas prendem nos troncos das árvores e nas varandas das casa, para dar sorte.
E por falar em casas, a arquitectura daqui é do mais variado possível, há casa de janelas com venezianas que parecem saídas de Itália, há prédios de arquitectura colonial francesa, há fachadas estreitinhas, estreitinhas a lembrar os prédios chorizo de Palermo vejo em Buenos Aires.
De idêntico têm todos a decrepitude, alguns prédio estão mesmo naquilo que parece um estado de derrocada iminente. Nada que os impossibilite no entanto de se engalanarem de placards de anúncios e neons tal qual uma Times Square 😉
Uma das zonas onde ainda se vêem alguns prédios mais arranjados são a avenida Phan Dinh Phung onde ficam vários edifícios governamentais, uma bonita igreja católica e o restaurante Quan An Ngon – que já foi considerado um dos 12 melhores do país – onde jantámos belissimamente na primeira noite – e ainda por cima por menos de 8 euros por pessoa, com bebidas incluídas.
A zona a Sul do lago Hoan Keim, conhecida por bairro francês também tem alguns bonitos edifícios deixados por estes aquando a colonização . Um desses exemplos é a Opera.
É também aqui que nos deparamos com um mega centro comercial de luxo onde não faltam lojas como a Cartier, a Luis Vuitton, a Salvatore Ferragano, a Gucci etc….
Depois de uma volta pelo bairro francês, fomos até ao Templo da Literatura, onde como era Domingo tivemos a sorte de apanhar um grupo de jovens na cerimónia de formatura.
Ao lado do templo fica o Koto, um restaurante da moda barra escola de formação de cozinha barra fundação que ajuda jovens desfavorecidos. Tudo isto num edifício de 3 pisos com um terraço no último, um bom spot para beber uma cervejinha com vista para o templo. Ou o que as árvores deixem ver deste 🙂
Depois de uma visita pelo mercado Dong Xuan, o maior da cidade, resolvemos ir almoçar a um restaurante próximo, sobre o qual eu tinha lido críticas fabuosas, o Cha Ca La Vong que só serve um único prato, um peixe frito que vem para a mesa num pequeno fogareiro com uma frigideira com óleo. O peixe – que não se sabe nem se quer saber de que espécie será- vai fritando juntamente com várias folhas verdes – só consegui descortinar que umas eram coentros, de resto não sei.
Depois aos poucos vamo-nos servindo de porções de peixe, folhas verdes, amendoins, malaguetas e massa de arroz, tudo numa tigela, mergulhando num molho que só Deus sabe também o que será. O resultado final é bom, mas nada de maravilhoso como as críticas pintavam.
A sala consiste numas mesas corridas de madeira escura e umas paredes com uma pintura a precisar de reforma. O serviço é do mais monossilábico possível e o preço foi o mais caro que pagámos em Hanoi – cerca de 25 euros os dois. Mas é uma experiência sem dúvida.
Ao final do dia subimos ao Sofitel, um dos melhores hotéis na cidade, para admirarmos a vista desta do bar – terraço que fica no 20º andar.
Vêem- se grandes lagos, alguns arranha céus à volta e um mar de casas e casinhas no limiar de tempo de vida. Sem o barulho ensurdecedor da cidade, Hanoi perde cor, perde raça. Mas o Sauvignon Blanc que nos acompanha no entardecer compensa.
A noite começa a cair e na maioria das casas não se acendem luzes. O que me leva a crer que a maioria não tem energia eléctrica. Assim se explica tão bem que a cidade vá dormir tão cedo e acorde com as galinhas. Tudo se rege pela luz solar.
O dia para nós também termina cedo, o jet lag não perdoa e ainda nos falta muito pela frente.
Blog Comments
Catarina fradinho
8 de Abril de 2015 at 10:53
Gostei muito da reportagem 🙂
pelomundo13
8 de Abril de 2015 at 13:15
Obrigadaaaa…. nos próximos vai saindo a continuação.
Raul Silva
12 de Abril de 2015 at 17:51
Prezada Catarina Serra Lopes.
Gostaria de obter o seu email para a contactar sobre a sua passagem pelo Vietname.
RS
pelomundo13
13 de Abril de 2015 at 9:59
Boa tarde o meu mail é [email protected]