Chegamos a Lao Cai por volta das 6.30 da manhã e tínhamos logo a estação à nossa espera a pequena e simpática Mee, guia local, da tribo Black Hmong, que nos acompanhou durante a nossa estadia em Sapa.
A tribo da Mee, é uma das várias que ainda existem nesta região e que apesar da passagem dos tempos e dos inúmeros turistas que aqui vêm tentam manter as suas tradições e raízes. Muitas vivem em aldeias isoladas, de difícil acesso, em casinhas de madeira, sem janelas para não deixar entrar os monstros, vivem da agricultura e da tecelagem – e da venda de souvenirs a turistas- têm muitos filhos, búfalos para ajudar na terra e cães e galinhas para comerem nos dias de festa.
De Lao Cai – cidade um bocado apalhaçada cheia de prédios de fachadas longas estreitas, muito coloridas e cheias de neons – até Sapa é cerca de uma hora de viagem por uma estar íngreme, curva e contra curva até ao alto da montanha. Se o tempo assim o permitir – o que foi o caso- a paisagem durante o caminho é deslumbrante, montanhas e vales a perder de vista, os arrozais em sucalcos, tudo muito verde, a neblina a dar um ar misterioso ao cenário.
Sapa, pequena vila com ar de estância de esqui, é o ponto de partida na região para os vários percursos de trekking que aqui existem. A ideia é conhecer as aldeias em volta e as suas tribos e como muitas não são acessíveis por carro, quem não gostar de andar, não tem por aqui a vida facilitada.
Despejámos as malas no hotel, calçámos as botas, vestimos os impermeáveis – por aqui senão está a chover, está quase – pegámos nos batons e lá fomos nós estrada a fora atrás da intrépida Mee.
O primeiro dia foi bem soft, primeiro até à aldeia de Cat Cat, depois desta até à aldeia de Y Linh Ho por trilhos alcatroados, pontes de madeira com ar até fiável e alguns degraus escorregadios mas menos mal. Tudo isto no meio de uma paisagem de floresta tropical, arrozais, rios e cascatas.
De tarde ainda tivemos tempo de dar uma volta pela vila de Sapa – onde tal como numa estância de neve as ruas cheiram a lenha – e fazer uma massagem num spa sinistro onde as marquesas eram separadas por cortinados floridos, tinham cobertores com ursinhos . A massagem vietnamita durou 60 minutos, durante os quais tratamento a Celine Dion não parou de a cantar a música do Titanic em modo non- stop, ao mesmo tempo que se ouviam as ininterruptas buzinadelas das motas a passar na rua. Um relaxe total 🙂
À noite já que Sapa tem todo o ar de estância de neve – telhados inclinados, varandas em madeira, cheiro a lenha pelas ruas e restaurantes com lareiras crepitantes -resolvemos ir jantar o mais parecido que existe com fondue em terras asiáticas, o hot pot.
Este prato que também existe na China – e não sei onde mais – consiste numa panela de água quente com especiarias e ervas frescas, onde vamos cozendo vegetais, carne, peixe, marisco.
Um estilo de fondue mas sem óleo e sem molhos 🙂
E assim terminou o primeiro dia em Sapa.
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