Visita à maternidade…definitivamente não estou preparada…

…. para confraternizar com “casais grávidos” – e o que eu odeio esta expressão, ui….

Mas começando então pelo principio, a conselho da minha obstetra fui fazer uma visita À maternidade do Hospital Lusiadas, em Lisboa. Fui um bocadinho renitente pois já me conheço bem e sei que não tenho grande paciência para a onda “casal grávido-fofinho”.

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Por norma tudo o que rodeia e gravidez me parece um bocadinho exagerado, um bocadinho a puxar ao “ai agora estou grávida logo tenho direito a ter um feitio estuporável, muitos mimos e desejos surrealistas”.

Mas enfim, a minha médica achou que eu devia ir, era só uma hora, ficava a conhecer o sitio, podia fazer as perguntas todas que quisesse etc e tal e eu lá fui.

Visita marcada, logo que cheguei, percebi que todas as grávidas -eram umas cinco – se faziam acompanhar dos pais das crianças. Menos eu… cá está a onda do “casal grávido” que me arrepia.

Daí para a frente a coisa correu comigo a prestar praticamente mais atenção aos parzinhos do que propriamente à enfermeira. Ela não adiantou nada por aí além, já eles, serviram para que tirasse uma série de conclusões:

– Grávida que é grávida não usa maquilhagem, sabe lá Deus porquê. Será para cultivarem a cara de enjoo mesmo quando não os tiveram ou já não os têm? Será que é para dar um ar: “agora estou grávida, não tenho tempo para essas coisas fúteis”? Será que é para se prepararem já para envergarem umas pantufas e um pijama nos meses seguintes à criança sair cá para fora? Será que é porque estão sempre a chorar com as hormonas aos pulos e se se maquilhassem, borravam a pintura toda? Não sei, não entendo, mas se alguém quiser ser caridoso e me explicar, esteja à vontade.

– Casais grávidos dão muitos beijinhos. E festinhas, e abracinhos. Em público. É para quê? Para eles provarem ao mundo que são os pais das crianças? Que continuam a gostar muito delas embora estejam a levar pancada há meses (novamente a culpa é das hormonas)? E a mãozinha dele permanentemente na barriga dela? É para apoiar os quilos a mais, quando não há dinheiro para uma cinta?

A verdade é que posso andar dias afins por cafés, restaurantes, esplanadas, lojas etc…e não vejo nenhum casal aos beiijinhos e às festinhas mas mal se entra numa sala de espera de um obstetra ou numa maternidade, ui… que mel, é tudo amor… sabe se lá porquê. Mas também se alguém me quiser explicar, esteja à vontade.

– Porque é que os “casais grávidos” têm um ar fofinho, assim um meio sorriso permanente,  cândido, um bocadinho à Virgem Maria? É para condizer com os peluches do quarto da criança? É para condizer com a criança (quando esta não estiver a berrar, claro está)? É para tentarem fingir que o rebento foi concebido sem pecado?

– Mas que raio é que é um plano de parto???? Quando a enfermeira falou de se levar um plano de parto para a maternidade, todas a grávidas anuiram com um ar entendido na matéria. Por alto fiquei a perceber, basicamente, que se trata de uma folhinha onde cada grávida escreve como quer que seja o seu parto… estranho no minimo. Eu percebo de viagens, faço planos de viagens. A minha médica percebe de partos, faça ela o plano que entender. Que tal não misturarmos áereas? Principalmente quando não percebemos nada do assunto? Se calhar é por isso que anda por aí tão boa gente que passa meses a sonhar com partos dentro de água, com golfinhos ao lado e depois quase poêm em risco a vida do miúdo pois só à ùltima da hora se resignam a ir para  a maternidade e a ter um parto com médicos e enfermeiras (cruz credo essa gentalha) e um ambiente asséptico (ui quem foi inventar tal coisa, realmente). Não, não tenho um plano de parto… mas espero que a minha médica tenha um para isso é que ela é a médica e eu sou a “parturiente”.. que tal não invertermos os papéis?

– Fiquei a saber que quem for sócio do Benfica, não paga a estadia como acompanhante no Hospital Lusiadas. Qual é o sentido que isto faz? Nenhum. Mas no meio de tudo, é apenas mais uma coisa que fiquei sem entender.

E pronto, basicamente resumiu-se a isto a minha visita… só mais um apontamento: durante uma hora inteira que andámos pela maternidade, e embora nos dissessem que nesse dia tinham nascido onze bebés – não ouvi um único choro, grito, gemido etc…. ou os quartos são insonorizados ou os bebés que nascem no Hospital Lusiadas são os melhores do mundo. Esta não preciso que me expliquem, se Deus quiser vou ter oportunidade de comprovar in loco daqui a uns diazitos.

 

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Ahahahahahahhahhahahaah!! Parece um decalque da minha visita à MAC (apesar de ter sido seguida lá), precisamente para “ficar a conhecer o espaço e poder preparar-me melhor!”.
Digo-te:
– planos de parto: AHAHAHAHHAHAHAHAHAAHAHAHAHAH as if. Vais ter bebé daqui a pouco e ele há-de vir cá para fora, como a equipa que te estiver a assistir entender, precisamente. Eles é que sabem o que estão a fazer.
– casais sempre juntos: AHAHAHAHAHAHAHAHAHA eu fui sozinha E cheguei atrasada. O choque, o horror. Parecia uma pária, no meio de tanto amor. Parecia desamada. E eu a querer poupar o co-responsável pelo meu estado.
– grávidas sem maquilhagem E QUE QUERIAM LEVAR A SUA PRÓPRIA BOLA DE PILATES: AHAHAHAHAHAHAHA Muito orgânicas e biológicas. Infelizmente, iam todas ter bebé depois de mim e não sei como lhes correu a vida, o que sei é que quando eu precisei da bola de pilates, o anterior dono bem poderia ter sido o hitler, que eu não queria saber.
– ar beatífico dos casais: não se aguenta. não se aguenta. Eram todos de classe média, todos vestidos com roupas H&M conscious, todos preocupados com o grau de luminosidade na sala de partos, para os bebés não ficarem traumatizados e as mães não ficarem com enxaqueca: AHAHAHAHAHAHHAHAHAHAHAHAHHAHA

Ufa… não estou sozinha 😉

esqueci me dessa da bola de Pilates, também se fartaram de perguntar se podiam levar a bola… e eu só pensava cá para os meus botões… “e antes das bolas, ninguém tinha filhos???”…. a luz felizmente não foi aludida, senão acho que tinha mesmo “fritado”… 😉

ahahahahahahahahaha!! Tão bom! Eu anjinha, fui fazer o curso de preparação para o parto! Irritava-me tanto ver os maridinhos a apertar os atacadores às mulherzinhas grávidas! Das duas uma, ou se mexem, porque convenhamos é mesmo preciso estar MUITO grávida para não conseguir apertar atacadores… ou então usem sabrinas, raios partam! 😉

Ahahahhahah… como não fiz o curso, essa dos atacadores escapou-me….shiii um curso desses deve dar pano para mangas… pena não ter feito, tanto que eu poderia ter ficado a saber sobre casais grávidos fofinhos 😉

Ainda não fui fazer a visita à “minha” maternidade (Sta Maria), mas espero que seja sem as paneleirices (desculpa a expressão) como um grande hospital publico deve ser. Vou fazer a visita porque quero saber para onde dirijo e ver os locais por onde vou passar e tirar assim um pouco a ansiedade. O dito “plano de partos” está na minha cabeça. Ou seja, são as ideias que eu tenho de como gostava que fosse o meu parto. Que basicamente se resume a uma palavra: Drogas. De resto faço o que mandarem, que são elas que percebem do assunto e eu não.
Os casais grávidos também me enjoam particularmente e apesar de o meu homem querer ir comigo (para não ir parar à radiologia em vez da maternidade), nós gostamos particularmente de “estragar” esses momentinhos nojentos, demonstrando exactamente o contrário e com muita parvoíce à mistura. Havias de ver o nosso grupo de preparação para o parto. É uma festa! 🙂
Ah e os bebés não estavam a chorar nem a berrar, porque ainda estão dopados com as hormonas da mãe durante os primeiros 3 dias. Depois é que se vê o que nos saiu na rifa! Nos primeiros dias são todos uns santos 😀
Boa sorte é o que te desejo. Qualquer coisa já sabes: Drogas! 😉

Obrigada Mariana. Dopados com as hormonas da mãe… e isso não se compra na farmácia? 😉 Pronto lá se foi o meu sonho bonito… Bj e good luck na vista a St Maria.

Achei piada à sua crónica. Tenho dois filhos que nasceram no Hospital S. Maria porque tinha receio que o parto fosse mais complicado e por outro lado, a minha obstreta trabalhava lá. Há 23 anos não havia visitas guiadas pela maternidade e ainda bem … fui para a maternidade com o meu marido que rápidamente foi mandado embora porque o parto iria sem prolongado por ser o primeiro, ironia do destino o rapaz nasceu rápido mas só conheceu o pai no dia seguinte. Muita coisa mudou, concordo consigo quando afirma que a gravidez não é doença e os planos não ajudam em nada quando o parto começa a desenrolar.
Tive a sorte em ter a minha obstreta a trabalhar nos dias em que os meus filhos nasceram ( foram partos induzidos por terem ultrapassados as 40 semanas ) e senti que estava nas mãos de uma profissional que conseguiu tranquilizar-me quando a situação se complicou no primeiro parto e que fez tudo para que o meu filho não tivesse sequelas. No segundo nascimento, o meu marido continuou impedido de ver a filha nascer, mas a médica teve a preocupação em apresentar a Rita assim que pode e arranjou forma de ele estar perto de mim.
Ter os pais perto de nós é muito importante … para mim um médico atencioso e profissional que sabe o que faz, foi para mim o mais importante.
Como o povo diz ” que tenha uma hora pequena “, seja o que isto for. Que tudo corra pelo melhor, porque é um momento mágico quando conhecemos o nosso filho/filha e sentimos que ele nos reconhece também ( voz, batimento cardiaco, etc ).

Obrigada Maria João, concordo plenamente consigo, o que quero é profissionais competentes e atenciosos à minha volta e o meu marido por perto e uma filha que nasça saudável, o resto virá por acréscimo.. bj

Sabes o que te digo Catarina? Essa dos planos de parto é modernice recente. os putos sempre nasceram com ou sem planos. Lá dentro é que não ficam!!!
E a bola de pilates também tem a sua graça. Quando chega a hora do parto queremos lá saber da bola de pilates… queremos é livrar-nos da “bola” que temos na barriga!
Amiga, vai sem planos e disfruta a tua hora de maternidade em pleno. desejo-te é que seja uma hora bem pequena e tranquila.
Um beijo grande da madrinha Isabel Catarino

😉 obrigada Isabel, um bjo

Boa tarde,

Na qualidade de marido de uma grávida e pai da criança, acho este texto uma bela merda! Sim, não há outro nome!!!

Se nos acarinhamos, as outras têm ciúmes…se não acarinhamos somos frios e as grávidas precisam de mimos!
Se apertamos os atacadores é porque elas se deviam mexer e não mexem, se não apertamos somos uns estupores insensíveis!

Cara Catarina, ao ler o seu texto a única coisa que leio é: “quem me dera ter aqui o pai da minha criança para não ser a única sozinha e sem aquilo que tenho direito!”. Qual é o mal de eu acarinhar a minha mulher? qual o mal de eu colocar a mão na barriga para sentir o meu filho a dar pontapés? Isso incomoda-a? Então o melhor é ter a criança em casa, longe desta onda de “amor” que existe nos hospitais!

E isto agora não é uma onda do casal-grávido: é simplesmente o pai a participar na vida do seu filho/filha. Acha isso mal? Está errado? Numa coisa concordo consigo: estas sessões não servem para confraternizar com outros casais: para mim serve apenas para conhecer o sítio! Não quero saber dos outros casais!

Mas se fica irritada por ver actos de amor e carinho em público…e provavelmente até é indiferente a um acto de violência…aconselhava-a a parar para pensar um bocado no tipo de educação que vai dar à sua criança!!

Não se esqueça que as crianças são o espelho dos pais! 🙂

Apesar de tudo, desejo-lhe boa sorte e que tudo corra bem com a sua criança!

Cumprimentos,

Paulo Bento

Caro Paulo Bento, é com grande hesitação que respondo ao seu comentário, pois não tenho por hábito dar resposta a quem começa logo por escrever uma “palavra feia” na primeira linha. Usando as suas palavas “não se esqueça que as crianças são o espelho dos pais”… por isso aconselho o a que comece já a controlar os palavrões que diz.
Em relação ao comentário em si, tenho lhe a dizer que nãi tenho nada contra a onda de amor que se vive nos hospitais portugueses, só tenho pena que essa onda não continue na maioria das vezes, quando a criança sai cá para fora.
Em relação à sua interpretação: “quem me dera ter aqui o pai da minha criança para não ser a única sozinha e sem aquilo que tenho direito!”, só lhe digo que espero que nunca precise de ganhar dinheiro como bruxo, pois os seus dotes deixam muito a desejar. Felizmente o pai da criança é o melhor pai que a minha criança poderia ter e, apesar de não ter estado presente na visitinha ao hospital, não deixou de estar presente em todos os dias e noites em que precisámos dele.
Apesar de tudo, muito obrigada pelos desejos de boa sorte, até agora temos contado com ela. Desejo lhe o mesmo para si e para os seus.

Gostei e concordo. CC.

Cara Catarina,
Eu só há pouco tempo soube o que consistia um plano de parto, num curso pré-parto, não faz mal nenhum saber o que é, nem para que serve aliás o conhecimento (de que género for) não ocupa espaço. Fiquei a saber igualmente que não há assim tanta gente que o saiba, pelo menos em Portugal, contudo em países com Inglaterra é prática corrente.

Olá Maria acho que temos que fazer aquilo com que nos sentimos bem e que nos deixe mais confortáveis e se isso passa por um plano de parto, assim seja. Eu não me identifiquei com a visita mas respeito quem se identifique e quem necessite dessa mesma visita para se sentira mais confiante. Bjs,

Catarina

Procurando na internet sobre visitas guiadas a hospitais, cheguei neste blog e confesso que fiquei surpreendida. A autora tem obviamente todo o direito de não gostar de casais, de meios alternativos de controle da dor e, sobretudo, direito a não se informar sobre o parto e delegar todas as decisões a quem quer que seja. Mas desinforma quando faz pouco caso do plano de parto, instrumento de muita importância para que a mulher possa transmitir à instituição quais são os seus desejos durante o parto. Acho que não lhe faria mal se informar um pouco sobre violência obstétrica e de como, no mundo todo, há uma tentativa de mudar o sistema para que a experiência de parto seja positiva. Se para si sobrevivendo mãe e bebê está tudo certo (independentemente das episiotomias, dos ferros, das cesárias) ; para outras o processo importa. Sei que buscar informação custa tempo e até pode ser bem cansativo, mas compensa. Indico um documentário disponível no youtube chamado The business of being born, para quem se interessar sobre o tema.

Olá Ana, tenho pena que tenha ficado ofendida com o meu post, não era de todo a minha intenção, ferir susceptibilidades de quem tem uma opinião diferente da minha. Obrigada pela sugestão do do documentário.
Catarina

O post mais idiota que já li nos últimos anos. Espero francamente que tenha tido a sorte de ter parido com gente profissional e empática, mas é por haver tanta mulher com este nível de raciocínio que é preciso criar associações para garantir aquilo que deveríamos ter por direito, uma postura participativa num momento tão pessoal e íntimo.
Que sensação de vergonha alheia…

Olá Liliana são opiniões. Devia respeitar a minha, como eu respeito a sua. Mas já agora convido-a a ler novamente o post, porque acho que não percebeu nada do eu leu.
Eu disse mal das equipas médicas? De enfermagem? Disse que não queria participar no parto?
Que estranho… não está lá nada disso…

Esta publicação é antiga, entretanto o seu filho já terá alguns anos. Também eu cheguei aqui ao pesquisar informação sobre visitas à maternidade e também fiquei surpreendida com o tom do seu texto e a forma como se refere aos outros e à existência do plano de parto. Eu não sou minimamente dada a carinhos e o “modo grávida” também não chegou até mim, mas seria impossível alguma vez descrever a felicidade dos outros nestes termos. Quanto ao plano de parto, considero-o um instrumento importante, útil para quem se informou sobre a forma como funciona o processo nas maternidades e quem o faz está consciente de que este não passa de uma “declaração de intenções”. Espero que o parto e o processo de educação do seu filho tenha sido e seja repleto de felicidade e de empatia dos outros para consigo.

(e não, este comentário não é uma forma de desrespeitar a sua opinião ou um ataque, é a indicação do impacto que o seu texto tem nos leitores, algo que presumo que seja relevante para qualquer pessoa que escreva para um público)

Olá Andreia obrigada pela sua opinião. Felizmente desde o nascimento que a minha filha tem sido uma alegria (como acho que deverá ser para a maioria dos pais). Em relação ao plano de parto, por aquilo que leio em vários blogues, leva me a crer que muitas vezes tais planos dão azo a grandes frustrações no momento do pós, pelo parto não não ter correspondido ao plano traçado. Acho que não se perderia nada se as pessoas se entregassem mais na mão dos profissionais de saúde e menos em efabulações.

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