Pelo mundo com… A Maçã de Eva

 

A segunda entrevista da rúbrica “Pelo mundo com um blogger” é com Ana Ros, mais conhecida por Poisoned Apple do blog: A Maçã de Eva. Um blog muito giro que já sigo há algum tempo e onde sua autora escreve de maneira divertida e descomplexada, fluída, sem conceitos nem preconceitos. Os temas abordados passam pelas viagens, por dicas de cosmética, de culinária, por aconselhamento sentimental e por tudo e mais alguma coisa que passe pela cabeça da sua autora. E ainda bem que passa. E que assim continue. Que é muito bom ler quem escreve de uma maneira fresca.

As viagens são uma das suas grandes paixões e entreténs… sempre que pode lá vai ela. E vai muitas vezes. E ainda bem, porque sempre que volta vem cheia de boas dicas.

Aqui fica a sua entrevista ao Pelo Mundo.

Pelo mundo com uma bloguer…

O que recorda ainda hoje da primeira viagem que fez?

Não terá sido a primeira viagem que fiz, mas foi seguramente a primeira vez que andei de avião. Fui de carro até Madrid com o meu pai, onde fiquei uns dias em casa de tios e primos, e o regresso fez-se de avião, sozinha. Tinha 8 ou 9 anos e fui acompanhada por uma hospedeira da TAP. Lembro-me de ir à janela, de tudo ser novidade, de tirar da mala de mão uns óculos de sol que me estavam enormes e de haste partida, de olhar por cima das nuvens com um sol encadeante. É engraçado como tenho memória fotográfica de partes do meu primeiro voo, mas já não faço ideia como foi o trajecto depois de sair do avião. Antes disso já teria ido muitas vezes a Badajoz de carro comprar caramelos de pinhão, chouriços, polvorones e coisas que na altura não havia por cá, num tempo em que as fronteiras não estavam abertas e a família do meu pai, espanhola (o que me deu duas nacionalidades), matava saudades ao paladar.

O que é viajar para si?

Não faço ideia como definir o meu conceito de “viajar”, mas acho que ajuda dizer que assim que regresso de uma viagem, já estou a pensar na próxima. E muitas vezes penso em várias ao mesmo tempo. Sonhar não custa! Viajar é para mim quase como uma cenoura que se coloca à frente dos burros para que andem, é um objectivo, conhecer o mundo é um privilégio e das melhores coisas que podemos fazer na vida. Adoro observar novas culturas, aspirar os cheiros, ouvir sons, fazer coisas diferentes, sair da rotina, do espaço que conheço todos os dias. E nada melhor do que fazer isso com quem tem pedalada para me acompanhar. Gosto tanto de conhecer novos mundos que até entrar num supermercado ou ir a um mercado fazem parte das minhas “investigações” para saber o que se come, o que se compra e que coisas diferentes existem noutros lugares. Viajar é sair da concha, é rumar ao desconhecido, é alargar horizontes, abrir as portas a coisas novas, é “ganhar mundo”.

 

Tenta conhecer sempre sítios novos ou há algum sítio a que regresse sempre?

Na verdade, a minha vida de viajante é invulgar, pois dada a profissão do “namorido”, tenho a oportunidade de o acompanhar algumas vezes em viagens de trabalho. Por isso, se ao longo do ano costumo planear para as férias uma viagem grande e outra pequena, entre esses planos, se o tempo e as obrigações permitirem, pode acontecer ter a oportunidade de viajar inesperadamente. Não acontece tantas vezes quanto gostaria, mas às vezes consigo agarrar a oportunidade. Assim, há destinos aos quais regresso de vez em quando, como o Brasil e os EUA.

Se só pudesse viajar para um único continente, qual escolheria?

Pergunta difícil! Posso escolher cinco continentes? J

Se fosse mesmo, mesmo obrigada, sem solução, teria de escolher a América porque sou uma apaixonada pelos EUA. Ali juntavam-se as Caraíbas para destinos de praia, o Brasil para ter aquele gostinho tão familiar e ainda teria muito de explorar pela América do Sul. Não ficava mal servida! No entanto, gosto de destinos Europeus, apesar de ser um tipo de viagem diferente. Este ano conheci a Tailândia e voltei fascinada com o mundo asiático. De África, a terra vermelha que se diz que uma vez se entranha e nunca mais sai, só conheço Marrocos, o que me parece não ser o melhor exemplo de África. É um território por explorar.

E para uma escapada de fim de semana, o que recomenda?

Espero que essa escapadela de fim-de-semana tenha um feriado com ponte incluída! Recomendo um destino europeu.

Se pudesse partir já amanhã, para onde seria?

Praia! Tendo em conta o estado de espírito e que não gosto nada do outono e do inverno, não me importava de voltar para de onde há pouco regressei, com temperaturas ideais e uma água do mar que não podia desejar melhor: Miami. Uma semana foi pouco!

Que destinos tem a sua volta ao mundo de sonho?

Tem muitos! Se fizesse uma volta ao mundo, era para fazer com rigor. Até mesmo alguns países que à partida não me inspiram curiosidade, teriam de ser estudados. Mas seguramente, em termos de quantidade, África e o Médio Oriente seriam as zonas com menos países visitados por razões óbvias de segurança. Uma volta ao mundo é uma volta ao mundo, mas não me venham com conversas de 80 dias que isso não chega para grande coisa. O ideal seria uma viagem de pelo menos um ano. Seria de loucos, mas imperdível!

Vai partir daqui a 30 minutos para uma grande viagem e não tem tempo para fazer as malas, qual é o único objecto de que não prescinde?

Se não há tempo para nada, é apanhar a mala, ter a certeza que levo a carteira com todos os documentos e a consciência de que vou ter uma grande despesa em roupa e produtos de higiene pessoal quando chegar ao destino.

Se fosse uma cidade, qual seria?

Vou fazer batota e responder o que respondo sempre que me perguntam qual é o lugar no mundo que mais gosto: “eu sou do mundo”. Além disso ainda tenho muito que palmilhar, há muito por conhecer, escolher uma única cidade para me definir com tanta que falta para ver não seria uma resposta em consciência.

Qual foi o episódio mais estranho que lhe aconteceu numa viagem?

Ir para Nova Iorque por três dias com temperaturas negativas. Para meu desespero, a mala não chegou ao destino comigo, só tinha a roupa que levava no corpo e a minha carteira. Durante os três dias de viagem tive de comprar botas, casaco de inverno, produtos de higiene, tudo! No dia de regresso, caiu um nevão em Nova Iorque, fiquei cinco horas dentro do avião à espera de uma autorização para descolar que nunca chegou, vi o estado de emergência ser declarado, vi a pista ganhar neve até à cintura, aguardei, aguardei outra vez, e quando pude regressar a um hotel já tinham passado 25 horas. Na altura foi para esquecer, mas hoje já me consigo rir!

Que destino escolheria apenas pelos restaurantes e pela sua gastronomia?

Portugal. Já comi muito bem fora do país, mas Portugal é um país onde indiscutivelmente se sabe comer.

Qual foi a comida mais estranha que já experimentou numa viagem?

Sou uma pessoa disposta a experimentar comidas novas, mas há limites. Na Tailândia tive oportunidade de comer escorpiões caramelizados, mas declinei. Quem provou disse que sabia a batatas fritas de pacote. Não fiquei curiosa! Não me lembro de comer coisas estranhas, mas já provei muitas coisas novas. Por exemplo, a Colômbia ficou marcada como a terra com frutas mais excêntricas que já vi. Queria provar tudo! E experimentei muita coisa que saudosamente recordo. Tive dificuldades para comer em Marrocos, não foi fácil, muitas gorduras de borrego, peixe difícil de comer, não adorei. Mas nunca mais me esqueço que foi em Marrocos que comi azeitonas cor-de-rosa.

E a melhor?

Eu, devoradora de sushi, me confesso e assumo. Sempre que viajo trato de procurar informação daqueles que serão os melhores sushis locais. É uma obsessão, já em Lisboa, em cada dez vezes que janto fora, nove são seguramente sushi. Eu podia comer sushi todos os dias e já fui a restaurantes fantásticos noutros lugares do mundo. Nunca mais me esqueço de um em Sacramento, na Califórnia. Sublime! O restaurante já tinha fechado e eu continuava ao balcão enquanto o sushiman, asiático, preparava rolinhos ao gosto dele para verdadeiros apreciadores. Foi um excelente jantar.

E por último… já tem planos para onde será a sua próxima viagem?

Espero ir ainda este ano ao Brasil em busca de oportunidades para mudar de vida. Em 2014, Moçambique e Kruger Park é uma ideia, Paris é outra ideia, mas nunca se sabe, tudo pode ser alterado quando menos se espera.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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Blog Comments

Qui’lindo! 🙂

Gostei da entrevista :). Eu também adoro viajar… este ano estive em Pequim e foi uma experiência e tanto 🙂

Sem Jeito Nenhum Blog

Adorei Pequim e Shangai então… fiquei com vontade de conhecer muito mais da China. Por enquanto só essas 2 cidades, Macau e Hong Kong. Fica para breve 😉

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