A primeira vez que comi ceviche – prato tipico da América do Sul que consiste, trocado por miúdos, em peixe cru marinhado – foi num pequeno boteco de praia na costa chilena. E adoreiiiiiii. O sabor a citrinos tem tudo a ver comigo.
A segunda vez que comi ceviche foi em Moçambique, em casa de uns amigos peruanos e já era um ceviche diferente, mas muito bom na mesma.
Percebi então que cada povo fá-lo à sua maneira e cada país sul americano intitula-se o pai do ceviche.
Quando há meia dúzia de semanas soube que tinha aberto um novo restaurante de ceviches no Principe Real, comecei logo a planear um jantarito por lá.
O restaurante é do chef Kiko Martins do restaurante O Talho e para começar tem uma coisa com que embirro solenemente: não fazem reservas. Eu até gosto de beber um copo antes de jantar, mas chegar e ter que esperar uma hora por uma mesa, equivale a beber muitos copos antes de jantar. O que não é nada bom quando temos um bebé pequeno a acordar no dia seguinte à hora do costume ;-(
O espaço está giro – embora com luz a mais para o meu gosto pessoal – os empregados são muito simpáticos e tem um balcão onde podemos jantar enquanto vemos o chef a preparar as iguarias.
Quanto aos próprios dos ceviches, eramos quatro pessoas e pedimos para começar um Ceviche Puro, um Ceviche de Atum – com abacate, Kimchi, folha de arroz e sésamo – e um Ceviche Português – com bacalhau, puré de grão, azeitonas, couratos e vinagre de alecrim.
Este último soube-me totalmente a bacalhau com grão e os outros dois embora bons, não foram surpreendentes – como por exemplo é o ceviche do Este- Oeste no CCB.
A seguir partilhámos uma causa de bacalhau confitado com batata preta e molho holandês e ovas de truta que também estava bom mas com um sabor não tão original como a descrição do prato augurava.
A conselho do empregado que nos avisou que as doses são mini – e são realmente – continuámos o jantar com um Quinoto de Polvo e que não gosto de arroz de polvo, gostei bastante deste Quinoto. No fundo é um risoto mas feito com quinoa em vez de arroz. Muito bom e bem diferente.
Para rematar pedimos uns croquetes de pato confitado que também estavam saborosos mas nada do outro mundo – nada que se compare aos da Versalhes, por exemplo.
Conclusão geral, estava tudo bom, mas nada de único ou que me faça voltar, como acontece com o ceviche do CCB.
O preço também é um bocadinho dissuadir, pagámos à volta de 35 euros por pessoa – bebidas incluídas – e não comemos por aí além. As doses são mesmo minis, repito.
Mas aconselho uma visita, sempre é um sitio novo com boa pinta e que possibilita a degustação de vários ceviches diferentes.
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