Vietname: 1º dia em Saigão

Saigão ou Hoi Chi Minh eis a questão? O primeiro é o nome original, o segundo é o nome do grande líder da nação, quem libertou o Vietname do jugo dos franceses em 1945 e que até hoje é idolatrado por novos e velhos e considerado o pai de todos.
Apesar disso e para meu espanto, a maioria dos locais com que nos cruzamos continua a chamar a metrópole de Saigão.

Nomes à parte, esta é uma grande cidade, ultra barulhenta, frenética, onde vivem 10 milhões de pessoas e se cruzam diariamente pela rua igual número de motas.

 

 

Uma cidade onde coabitam novos arranha -céus espelhados, como a gigantesca torre Bixteco, com as ruas de antigos edifícios tubulares – altos e de faixada ultra estreita,  já que até há bem pouco tempo os proprietários eram taxados consoante a largura da fachada do seu prédio.

 

 

Uma cidade onde à porta de grandes centros comerciais onde marcam presença Luis Vuitton’s, Guccis’s, Ralph Lauren’s e afins,  nos cruzamos com vendedoras de fruta, com os seus chapéus de palha em bico.
Uma cidade onde nos deparamos  em cada esquina com relíquias arquitectónicas dos tempos da Indochina como o hotel Continental , a Opera ou o hotel Caravelle. E com memórias da Guerra do Vietname, como o lendário hotel Rex onde se reuniam os correspondentes americanos  com as altas patentes e onde teve lugar a conferência de imprensa onde se anunciou a reunificação do país em 1976.

 

 

Hoi Chi Minh ou Saigão não importa, seja nas grandes e largas avenidas, seja nas ruas estreitas dos bairros mais antigos, aqui sente- se que se fez história. E à frente do Pálacio da Reunificação é difícil não sermos transportados para esse dia 30 de Abril de 1975 quando os tanques entraram pelos portões  adentro, pondo fim a uma guerra civil atroz e unindo finalmente o Norte e Sul do país.

 

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Ainda não tinha nascido na altura mas já vi várias vezes as filmagens desse dia. E foi uma emoção de repente ver me ali, junto aquelas grades. No jardim em frente, indiferentes à história, milhares de jovens fazem piqueniques, em par romântico ou em grupos de amigos, tocam guitarra e cantam.

 

 

A cinco a minutos a pé, a Notre Dame e a o Posto dos Correios, de Eiffel, são outros dois ex libris da cidade. Este último parece um autêntico cenário de filme de época, com os seus balcões de madeira escura, os relógios que marcam as horas das várias cidades do mundo, as cabines telefónicas alinhadas e ainda a funcionarem – coisa rara nos dias que correm.

Saigão é uma cidade onde se mistura o novo e o antigo, o passado e o presente.

 

 

Já há Starbucks e Macdonalds  – as filas foram monstras quando inaugurou há dois anos – mas a cada passo cruzamo-nos com mini cafés e lojinhas onde os locais se reúnem, sentados em mini mesas e mini banquinhos de plástico a comer grandes tigelas de Pho, o prato emblemático da nação.

 

 

Subimos ao Sky Terrace do Bixteco de onde se vê toda a cidade. É grande, mas será ainda muito maior nos próximos anos já que os projectos construtivos são mais que muitos e a população cresce mais de 2 por cento por ano.

 

 

É fascinante a quantidade de jovens e criancinhas que se vêem… E ficamos mesmo com a ideia que a Europa já foi…. O futuro é aqui, na Ásia. Pode ser triste, mas cada vez mais acho que é verdade.
Para jantar na primeira noite escolhemos um terraço em pleno centro, 3T Quan Nuong, onde cada mesa tem um grelhador e os clientes é que grelham o seu próprio jantar, carne, peixe, vegetais, marisco, o que escolherem.

 

 

Pedimos carne, uma mistura de cogumelos – nada a ver com os que encontramos à venda em Portugal, aqui são carnudos, suculentos – e meia dúzia de camarões Tigre que ainda vêem vivos para mesa ( o que pela parte que me toca era prefeitamente dispensável).
Grelhamos a carne, os vegetais e os bichinhos e no fim passamo-los por uma mistura de sal, pimenta e sumo de lima. Ou molho de peixe e malagueta cortada às tiras. Divinal.
Uma noite quente, tropical, e umas cervejas Saigão estupidamente geladas e está feita a festa.

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