Pela Croácia – I Parte – Dubrovnik

E cá vamos nós então, que a curiosidade já deve ser muita. Depois de 10 dias pela Croácia, aqui vamos nós começar por Dubrovnik, alcunhada da “Pérola do Adriático” e primeira paragem.

Para começar, tenho a dizer que adorei a Croácia em geral, é um destino que mistura praia com história e cultura, muitas possibilidades de passeios e mergulhos. Boa comida, bom vinho, bom café – o que é muito raro encontrar quando se sai de Portugal – um óptimo clima, um povo simpático e preços (ainda) baratos. Uma refeição para duas pessoas fica à volta dos 25/30 euros com entradas e vinho, num restaurante médio. Nada mau para os dias que correm, não concordam? Se forem para opções como pizzas e afins, então o preço ainda é muito mais barato.

Um único senão para quem gosta de praias com areia, embora a Croácia tenha água quente e um mar com uma transparência como eu nunca vi. As praias são de pedrinhas, não há cá areia para fazer castelinhos. O que se obriga a maioria das vezes ao uso de uns sapatinhos de borracha apropriados (compram-se cá na Decatlon por 8 euros).

Mas começando então, a primeira paragem foi Dubrovnik, a cidade que sofreu horrores durante a guerra da Jugoslávia, mas que entretanto já foi toda recuperada. À beira do Mar Adriático, de arquitectura gótica, renascencentista e barroca, ruelas a lembrar Alfama e uma luz que faz lembrar Lisboa, é um spot de encantar.

Como virtudes têm ainda um tamanho de bolso, o que permite misturar passeios pela cidade com mergulhos pelas praias à volta. Aliás é o que se aconselha a fazer no pino do calor, ainda para mais quando as ruas se enchem da malta que desagua dos cruzeiros em visitas de uma tarde.

Acabadinhos de chegar do aeroporto por volta da uma da tarde, resolvemos trocar o mergulho por um repasto. Escolhemos um restaurante mesmo junto ao Palácio do Reitor, um dos ex- libris locais. De seu nome Komenice, vinha referenciado nas minhas pesquisas como restaurante local, com uma esplanada engraçada, boa comida local e barato.  O que se quer.

Resolvemos experimentar umas ostras frescas, uns mexilhões com molho de vinho branco e alho e um risoto nero.

Estava tudo bom, mas deu logo para perceber que em Portugal os produtos pelo menos são bastante melhores. As nossas ostras são imbativeis (pronto, há sempre as francesas), os nosso mexilhões mais saborosos. Quanto ao risoto, apesar do nome e de ser uma das especialidades da costa dalmaciana, percebi logo que não tem nada a ver com o risoto italiano, mas é sim um arroz malandrinho. Bom, mas nada a ver com risoto e se eu gosto de risoto.

Depois de almoço resolvemos dar uma volta pela cidade: rua central, catedral, igrejas, zona do Porto. Deixámos para o final da tarde a subida às muralhas que rodeiam toda a cidade e por onde a melhor hora para se andar é ao entardecer. A vista é maravilhosa e a luz a essa hora ainda realça mais a beleza de Dubrovnik.

Esfalfados com o passeio pelas muralhas – lindo, lindo, lindo, resolvemos ir até ao Buza, um bar esplanada encavalitado num penhasco, do lado de fora das muralhas, já sobre o mar, onde ouvimos falar que se via um pôr do sol maravilhoso.

O sítio é o máximo sem dúvida, sobre o mar, boa música, um entardecer fantástico e um óptimo vinho a acompanhar. Já tinhamos ouvido falar das delicias do vinho croata e podemos comprovar. Ainda por cima vende se em garrafas de vários tamanhos, conforme o grau de “sede” de cada um 😉

À noite resolvemos ir experimentar outro restaurante sobre o qual tinha lido nas minhas pesquisas, o Lokanda Peskarija, mesmo em pleno porto, mesas de madeira, menú à base peixe e petiscos, preço muito agradável.

Resolvemos partilhar um prato de tapas locais – queijo, azeitonas, salada de polvo, anchovas e paté de peixe – e uma dose de peixinhos fritos. Estes últimos presentes na ementa de vários restaurantes, foram uma verdadeira surpresa para mi, pois nunca os tinha visto noutro sitio para além do Restaurante Fialho ao pé de Tavira, onde são servidos como entrada, com muito limão e pimenta e são pelo nome de peixe rei.

No dia seguinte, e visto a cidade antiga já estar praticamente toda vista – faltavam as ruas laterais por onde passeámos ao final da tarde – resolvemos aproveitar para ir dar alguns mergulhos na ilha de Lokrum que fica a 15 minutos de barco de Dubrovnik. Parque natural de águas limpidas, é o spot ideal para um dia de mar e sol. As rochas têm acesso à àgua por escadas de piscina e se se procurar encontram-se vários recantos onde se pode estar sozinho. Nem parece que o bulicio de Dubrovnik está tão perto. Não há necessidade de levar farnel, embora a ilha mantenha um ar suficientemente paradisiaco e selvagem, tem dois restaurantes com sanduiches, pizzas e saladas.

Uma maravilha de dia.

À noite para nos despedirmos de Dubrovnik resolvemos ir experimentar o restaurante Lucin Kantun, numa das ruelas da cidade. Vem referenciado como um óptimo sitio para comer comida local com um “twist” original. Percebi o “twist”, mas a comida em si não me encantou. Foi tudo à base de tapas, como umas lulas recheadas e um tamboril embrulhado em presunto. Nada que fique na memória.

E assim dissemos adeus à “Pérola do Adriático”. Na manhã seguinte seguimos para Korcula, uma ilha linda, linda linda… sobre a qual escreverei nos próximos dias.