Itália 1 º parte – Genóva e Portofino

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E  agora já com mais calma e algum tempo, chegou a altura de escrever sobre a nossa viagem a Itália.  Vou dar dicas para viajar com bebés para este destino e a minha opinião sobre o mesmo, mas também vou dar dicas generalistas. Como quem não tem bebés não tem que levar com eles, sempre que o texto for com dicas generalistas estará a bold.

Então vamos lá…

Esta foi a primeira viagem com a pequena bebé, que celebrou o seu terceiro “mensário” em plena viagem por terras italianas. No geral portou se extremamente bem, o carrinho foi uma alcofa do melhor, dormiu muito, comeu bem e até a conseguimos levar à noite para restaurantes e esplanadas. Levámos um pano com que cobríamos o ovo, para tapar a luz do sol e assim a qualquer altura ela dormia profundamente.

Único contra foi mesmo as casas de banho italianas, não há fraldários em lado nenhum e a maioria das vezes tive que mudar a fralda em jardins, em cima de mesas de restaurantes ou mesmo em cima dos joelhos… Não tentar sem ajuda :-)
De resto foi pacífico.

A aventura começou logo na chegada ao aeroporto de Lisboa. 
No raio x, no aeroporto, as crianças de colo têm prioridade. E é para aí que nos encaminham. Qual não é a minha surpresa quando reparo que na fila estão várias crianças – com os respectivos pais- já com 6 ou 7 anos mas a quem os pais espetaram um chucha na boca :-). Até que idade se é considerado criança de colo?

Chegados ao avião, primeira surpresa, apesar de ter feito o check in online e ter escolhido dois lugares nas primeiras filas, informam nos que nos mudaram os lugares para os confins. Dizem que é porque o meu assento nao tinha máscara de oxigênio para bebé. Eu acho que é simplesmente porque estava demasiado perto da classe executiva,. E ninguém da classe executiva “merece” viajar com um bebé por perto 😉

Em troca dão me um colete salva vidas para o bebé. Ou melhor, para esconder o bebé caso seja preciso, visto que é tamanho de adulto.

Como mãe de primeira viagem ” literalmente” apercebo me que transportar  um bebé num avião não é compatível com as refeições nem com o reclinar do assento da frente, fica se com o bebé entalado debaixo do queixo. Ainda bem que são só duas horas de viagem. Não imagino uma viagem de longo curso – ou mesmo médio – com um bebé ao colo. 
Imprescindível: levar um biberon de água para que o bebé beba na aterragem e na descolagem de forma a evitar as dores de ouvidos. Roupa por camadas também é aconselhável, já que antes do avião descolar, por norma, o ar condicionado está desligado e o calor é infernal. Depois durante o voo, por vezes, arrefece bastante.

Chegados a Itália e já que não me atrevi a mudar a fralda no avião – há fraldário na casa de banho?- a primeira coisa que faço no aeroporto é dirigir me às casas de banho para mudar a fralda à pequena bebê. O fraldário do aeroporto é o único que encontrarei em 12 dias de viagem…. Em Portugal, não é assim, pois não? 
Ponto positivo: até tem um colchãozinho.
Ponto negativo: não tem ar condicionado. Conclusão: pequena bebé chora desalmadamente quando está vestida e ri com pequenas gargalhadinhas quando está nua.

Carro alugado e fazemo nos à estrada, está um dia lindo e a primeira paragem é Génova, terra que me lembra a época dos descobrimentos e, para alguns, o sítio onde nasceu Cristovão Colombo – que para mim é português e é assim e não se fala mais nisso.


 

 

Génova é giro, mas com algumas partes um pouco degradadas. Tem um centro histórico engraçado e uma rua – a Via Garibaldi- pejada de imponentes palácios. Era aqui que viviam as famílias aristocráticas no século XVI . O Palácio Ducale e a Catedral de San Lorenzo são outros dos ex libris da cidade. Também gostei muito da Piazza de Ferrari e da Igreja Santa Maria di Castelo.
Eu sei que nós andamos rápido, mas em menos de uma tarde, conseguimos ter tempo para palmilhar o centro histórico da cidade e ainda comer a primeira focaccia da viagem. A foccacia é típica desta região e é a resposta da Liguria as pizzas de Nápoles. A massa é preparada com azeite e pode ser servida simples ou com cebola, queijo, tomate, pesto, etc… O pesto é aliás outro dos produtos típicos desta região. O nome original é mesmo pesto genovese e dizem que foi inventado pelos marinheiros genoveses que acreditavam que este molho curava o escorbuto. 

Já ao final do dia e aproveitando um entardecer espectacular fizemo nos à estrada, rumo a Portofino. De Génova  para Portofino são cerca de 40 km por uma marginal a dar ares da nossa da costa do Estoril, mas ainda mais bonita. As praias é que deixam muito a desejar… Pequeninas, de pedras… Nada a ver com as nossas, o que aliás é a constatação que já tirei em várias dezenas de viagens: são raras as praias mais bonitas que as nossas, pena a temperatura da água não acompanhar a sua beleza e seria perfeito. 

Chegamos à zona de Portofino já noite, por isso resolvemos parar para jantar antes de ir para o hotel. Paramos em Santa Margarida, uma pequena terra à beira mar, cheia de charme, a meia dúzia de kms de Portofino. Jantamos no restaurante Palma, uma pizza que não deixará memória e umas moulles em alho e vinho branco, muito boas. Pequena bebé dorme regalada ao meu colo depois de uma birrita de final de dia e eu treino a destreza manual, comendo as moulles só com uma mão.

Depois do jantar rumamos ao http://www.hotelsplendido.com/web/ospl/hotel_splendido.jsp da antiga cadeia Orient Express, agora Belmond.

Temos à nossa espera uma suite virada para o mar. Um bercinho aos pés da cama e até um peluche de oferta para a pequena bebé.  A casa de banho é enorme, o que dá imenso jeito para poder espalhar biberons, lata de leite, escovilhão e afins, no meio das amenities da Bulgari e da Penhaligon’s de que sou uma fã inveterada. Contíguo ao quarto há uma salinha com um sofá, perfeito para as mamadas a meio da noite.

O hotel é fantástico, parece um autêntico cenário do Great Gatsby, super refinado e com uma localização única. Não admira que tenha sido aqui que Richard Burton pediu Elisabeth Taylor em casamento.

Localizado entre socalcos, o Splendido foi em tempos um mosteiro, mas é desde o início do século XX a melhor opção em termos de alojamento, em toda a rivieira italiana. E o atendimento para além de impecável, é do mais simpático possível. Para quem tenha çriancas maiorzinhas, esta também é uma óptima escolha, pois o hotel tem um kids club. 

Além disso, embora resguardado da confusão, fica a 10 minutos a pé do çentro de Portofino. 

E é para o centro que vamos logo na segunda manhã, depois de um pequeno almoço dos deuses, no terraço, sobre o mar.

Portofino é mínimo e tem mais gente a chegar pelo mar, em brutos iates e veleiros, que aqui param para beber um copo, almoçar ou jantar, do que propriamente pessoas alojadas. 

Tudo se concentra à volta da praça principal, junto ao mar. As casinhas coloridas, as esplanadas cheias, tudo muito bem vestido, com muito bom ar. Estamos em Portofino e se há sítio que mantém o glamour ao longo dos anos é este.

Mas o glamour paga se bem: paramos numa esplanada para beber um copo e constatamos que não há garrafas de vinho branco abaixo dos 50 euros. Não é loucura que já não tenhamos feito em outras viagens – na Rússia cheguei a beber vinho a 25 euros o copo- mas a sede também não é assim tanta 🙂

E basta pegar no carro e percorrer meia dúzia de quilómetros para que nas vilas ao lado, Rapallo ou Santa Margarida, os preços já sejam normalissimos. 

É em Rapallo que almoçamos, no Castello, mesmo à beira mar. Uma salada caprese, maravilhosa. Aqui a mozarella diz se de búfala e é mesmo. Desfaz se na boca. Leve, cremosa, uma maravilha. Provamos também um carpaccio de atum, magnífico.

Pela tarde fora passeamos por Santa Margarida e por Rapallo, voltamos para o hotel só já ao final do dia. É a hora do cocktail e o terraço do Splendido, com vista sobre a baía de Portofino, está repleto de grupos de italianos, ingleses e americanos a bebericar cocktails. Eles de blazer, elas de vestidos esvoaçantes. O nosso quarto tem uma varanda enorme, mesmo por cima do terraço da cocktail party. Pequena bebé resolve ter um chilique  e os seus décibeis ultrapassam claramente os do piano.

 

 

Tento adormecê-la, mas só se acalma mesmo quando a ponho no marsúpio. Menos mal, fico com as mãos livres para fazer uns brindes com o Prosecco que amávelmente nos deixaram no quarto.

À noite jantamos em Santa Margarida no Emilio, uma massa com pesto e uma salada caprese. Nada de especial, mas a comida em Itália, para mim, mesmo quando não é nada de especial, já é muito boa.

No dia seguinte deixamos Portofino e fazemo nos à estrada rumo a Cinqueterre, a pouco mais de 1 hora de carro. E as aventuras seguem-se…

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