Itália II – Cinqueterre

Eu sei que meio mundo já disse maravilhas sobre Cinqueterre, que é isto e aquilo e lindo e maravilhoso e etc e tal… mas a verdade é que não gostei. Parece Alfama à beira-mar e não me entendam mal que eu adoro Alfama, mas Alfama é Alfama com as suas ruelas, as suas gentes, as suas tascas, as suas sardinhas, o seu fado. As janelas com a roupa pendurada, os becos e as escadinhas, os degraus tortos e as portinholas. Tudo isto é giro em Alfama, não vejo a piada de ter que apanhar um avião e fazer não sei quantos quilómetros de carro para ir ver algo parecido, mas à beira-mar. E ainda por cima com a agravante das Cinqueterre – como o próprio nome indica são cinco terras – serem ligadas por uma linha de comboio que é o inferno na terra. Apesar de não serem mais do que cinco minutos entre cada terra, os comboios chegaram a estar com mais de uma hora de atraso… não se compreende. As plataformas à pinha, um calor dos ananases. Em cada terra, não há mais do que uma ou duas ruelas para ver, com os prédios de fachadas velhas, tinta já desbotada, muitas lojas de produtos tipicos e hordes de turistas.

Faço a ressalva a Corniglia, que ainda tem uma praça engraçada à beira-mar. Aliás, vistas do mar acredito que as Cinqueterre tenham alguma encanto. Mas não tivemos possibilidade de o fazer.

Muito importante: Cinquenterre é o pesadelo para turistas com bebés, todas as estações de comboios tem escadas intermináveis, os próprios comboios têm logo 3 degraus altíssimos à entrada. Ninguém dá prioridade a quem carrega um ovo em braços e ainda há quem seja capaz de empurrar. As vilas têm escadarias intermináveis, ou ladeiras íngremes sem fim, sé se vêem degraus por tudo o que é lado.

Almoçamos em Monterrosso uma focaccia do melhor. Monterrosso é a única das Ciqnueterre que tem praia, mas não aconselho, é de pedras e pejada de pessoas.

Jantamos no Gambero Rosso, um restaurante em plena praça central de Corniglia e que vem referenciado como um dos melhores da zona.

Vou à casa de banho para mudar a fralda e deparo me apenas com um  lavatório e uma sanita… Pergunto ao empregado onde posso mudar uma fralda e acabo por fazê-lo em cima de uma mesa da sala de jantar. Jantamos na esplanada, quando chegamos está praticamente vazia, entretanto fica completamente cheia, menos a mesa ao nosso lado que permanece sem clientes até irmos embora… Sabe se lá porquê ;-).
A bebé Francisca passa grande parte do jantar ao colo, no carrinho chora, quer olhar para tudo à volta… Já aprendi há duas noites atrás a comer moulles só com uma mão por isso nao me atrapalho. O pai da pequena bebé corta me pão aos pedacinhos para molhar no molho de umas ameijôas fantásticas e ainda temos tempo e boa disposição para fazer brindes e deliciarmo nos com uma pasta com molho de salmonete, especialidade da casa. A não perder.

Paragem seguinte: Lucca, Pizza e Siena.

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Blog Comments

É o primeiro post que leio com uma opinião menos favorável em relação às Cinque Terre. Como estou de partida em Setembro, tenho lido muita coisa, principalmente através de blogues brasileiros. Confesso que fiquei um pouco triste com a sua opinião e a torcer para que não seja essa a minha reacção. 🙂
Não querendo contradizer o que menciona em relação à praia de Monterosso, li algures que Monterosso tem uma larga praia de areia que se estende da estação até ao centro da vila, inclusivamente vi fotos disso. Creio que foi em http://www.viajenaviagem.com.
Acredito que o facto de levar um bebé na viagem também não tenha facilitado as coisas…
Quando voltar dou feedback 🙂

Olá desejo lhe uma óptima viagem. Realmente tinha ouvido dizer maravilhas das Cinque Terre e desiludi-me, mas espero que não seja o seu caso e que corra tudo fantásticamente. Fico à espera do feedback. Bjs

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