Itália III – Pela Toscana: Lucca, Pisa e Siena

  • Home
  • Europa
  • Itália III – Pela Toscana: Lucca, Pisa e Siena

Há muitos anos que tinha a região da Toscana, em Itália, no meu imaginário. Sonhava em percorrer a zona, pela estradinhas secundárias, ao volante de um Fiat 500 antigo. Sonho tornado realidade sem Fiat 500, que convenhamos não é o carro mais cómodo para transportar dois adultos, um bebé e respectivas tralhas.

Mas a Toscana não desiludiu, embora tenhamos sido assaltados por uns dias de chuva. A sua paisagem de conto de fadas, com cidade medievais, vinhas e pequenas aldeias históricas faz desta uma região única. Mais dias tivesse e não me teria poupado a perder me por quintas, castelinhos, adegas e provas de vinhos.

Mas como o tempo não se estica, por mais que o queiramos, restou-nos escolher o melhor do melhor, para primeiro dia, Lucca, Pisa e Siena.

Começando por Lucca, nosso primeiro ponto de paragem, é uma pequena cidade medieval, dentro de umas muralhas do século XVI, cheia de edificios de fachadas românicas. É uma cidade de ópera – os compositores Boccherini e Puccini nasceram aqui – de igrejas e de jardins palacianos.

Demorámos pouco mais de duas horas a passear pela cidade: vale a pena ver o Duomo, a Piazza Anfiteatro – onde estava a decorrer uma feira de flores – a Torre Gunigi, que tem 44 metros de altura – pode-se subir e ter uma bonita vista panorâmica sobre a cidade – e a igreja San Michele in Foro, cuja fachada ultrapassa a do Duomo.  Uma curiosidade: Puccini foi corista nesta igreja.

Ainda tivemos tempo para um café e um Bacci – os célebres chocolates italianos e que bons que são- e lá nos fizemos novamente à estrada.

Pisa não fica longe, mas pelas estradas secundárias italianas, todos os caminhos são bastante confusos. Faltam indicações, há setas contraditórias, caminhos que estão no maps, mas na realidade estão cortados e – do melhor – placas que se primeiro indicam Pisa: 10 km, 5 km à frente podem indicar Pisa: 20 km. Porquê? Só Deus sabe, porque acho que nem os italianos o percebem.

Mas lá chegámos a Pisa para constatar aquilo que já me tinham dito: Pisa não tem mais nada de interesse para além da torre, a torre é mais baixa do que se imagina e mais inclinada do que se possa pensar.

IMG_0365

A torre foi construida em 1173 e começou a inclinar quando ainda só tinha 3 andares. Nada que demovesse os construtores da altura de levarem a sua avante. Em 1990 a torre foi encerrada por já estar com uma inclinação de 4,5 metros. Só voltou a reabrir em 2001, depois de uma equipa de engenharias ter conseguido “dominar o desmaio” da torre.

Fiquei com pena de não conseguirmos almoçar no Da Bruno, uma trataria que dizem ter pratos locais excelentes, mas à hora que chegámos a cozinha já tinha fechado para almoços.

Remetemo nos a um dos restaurantes junto à torre, sem qualquer referência e no qual dividimos uma pasta com cogumelos e uma salada caprese.

IMG_3689

E lá seguimos para Siena, onde depois de tantas voltas e reviravoltas, só chegámos já a noite tinha caído.

Em Siena ficámos hospedados no Rellais Campo Regio, um pequenino palacete medieval – um dos mais antigos de Siena – que fica mesmo em pleno centro histórico a poucos passos da  Torre del Mangia e da Catedral de Siena.

Têm meia dúzia de quartos encantadores, com mobiliário antigo, mas o ex libris é mesmo a sala e terraço – onde são servidos os pequenos almoços – que têm uma das melhores vistas sobre a cidade.

Nessa noite, resolvemos comer qualquer coisa leve e acabámos os 3 – dois acordados e um a dormir no ovinho – uma bruschetta fantástica numa das esplanadas da Piazza del Campo, a principal praça de Siena e que é considerada – e bem – uma das mais bonitas praças de Itália.

IMG_0380

No dia seguinte, a nossa visita a Siena foi direccionada de uma maneira bastante sui generis: como só tinhamos levado uma lata de leite para a pequena bebé e esta estava a acabar, resolvemos comprar outra, o problema foi que ao contrário do esperado o leite que ela está habituada a beber – Novolac AC – não é nada fácil de encontrar em Itália. Então toca de sinalizar todas as farmácias do centro histórico de Siena no mapa e conhecer a Siena tipo Rally Paper: em busca do leite.

E Siena vale a pena até dizer chega, parece cenário de filme de época e nem a chuvinha molha tolos que teimou em cair o dia todo nos demoveu do nosso circuito.

A não perder para além da Piazza del Campo – deve ser tão giro assistir aqui a uma corrida de cavalos – o Duomo, a igreja San Domenico, a Via Banchi di Sopra e a Santa Maria dei Servi.  Como a pequena bebé celebrava nesse dia 3 meses, resolvemos ir festejar com uma prova de vinhos na Enoteca Italiana Permanente 😉

Para almoçar parámos na Osteria Le Logge, uma antiga farmácia convertida em restaurante e que tem a fama de ter a melhor cozinha tradicional da cidade – e o serviço mais simpático também.

O espaço é muito giro, muito antigo e realmente os empregados são muito simpáticos: mal entrei e perguntei onde podia trocar a fralda à pequena bebé,  prontificaram se para me abrir o escritório para o fazer.

Quanto à comida, deliciamo nos com uns raviolis rechedos com ricotta e um spaguetti com cogumelos, ambos os pratos deliciosos.

Pela noite fomos dormir ao Castel Monastero, acerca de 20 minutos de Siena. O Castel Monastero situa-se numa aldeia medieval restaurada do século X e fica no meio de uma paisagem magnifica da Toscana. Tem um spa com 1000 m2 e um restaurante do Gordon Ramsay. Infelizmente não podemos aproveitar para provar as iguarias deste chef, pois apesar da pequena bebé ser um exemplo do bom comportamento, não fiando.

Ficámos pelo quarto fantástico a comer pizza e a beber um tinto de Chianti do melhor.

Monterioginni e Verona são os próximos destinos.

 

 

 

 

Tags:
Deixe um Comentário