O terceiro dia em Marraquexe ficou, sem dúvida, marcado pela visita aos jardins de Majorelle, a antiga casa de férias do estilista Yvens Saint Laurent.
Abertos ao público desde sempre, a casa e os seus jardins foram projecto do pintor paisagista Jacques Majorelle que construiu este seu refúgio no início do século XX. A propriedade foi depois vendida a Saint Laurent na década de 60, o qual resolveu preservar a casa no original azul eléctrico com apontamentos em amarelo.
Os jardins, magníficos, soberbos e mais adjectivos que haja do mesmo calibre, têm 300 espécies que representam os 5 continentes, o que resulta numa autêntica obra- prima mesmo para quem como eu não tem grande sensibilidade botânica.
Depois da visita a estes jardins, resolvemos que seria um bocadinho desolador ir visitar os jardins de Menara- outros jardins famosos na cidade – e optámos, em vez disso, por apanhar uma charretes para a zona nova da cidade e ir beber um Martini no Grand Café de La Poste, o restaurante – bar mais bonito da zona nova. Com um ar do mais colonial possível, tem sofás de pele, palmeiras e ventoinhas com pás no tecto.
Tem fama de ter também um excelente bife tártaro, mas como ainda não eram horas de almoço, ficamos só – que mau uhhhhh – pelos cocktails.
A tarde foi dedicada às compras – mais para uns do que para outros – no souk. Confesso que não sou propriamente “shopaholic” e que não gosto nada de regatear. Se assim tiver que ser assim é, mas prefiro um comércio de preços fixos e, principalmente, que o simples facto de olhar para uma coisa, não despolete uma perseguição por parte do vendedor.
Giro, giro, foi quando no meio do souk e ao perceberem que éramos portugueses, um marroquino sai-se com a seguinte exclamação : ” Portugal, bancarrota total”. Isto seguido de uma grande gargalhada. A qual foi seguida pelas nossas… podemos ser pobres mas com sentido de humor 😉
Aliás ser português no souk de Marraquexe, nos dias que correm acaba por ser uma vantagem. Os marroquinos sabem-nos com pouco dinheiro, tal como eles, por isso aceitam baixar os preços para valores que não fazem normalmente. “Ok para si pode ficar por 20, depois compenso no próximo americano”, foi um dos comentários que chegámos a ouvir ao fechar uma compra.
A tarde no souk acabou com um chá de menta no terraço do Café du Grand Balcon, em plena Djelma El-Fna de onde se tem uma vista privilegiada para o espectáculo que invade esta praça todos os dias a partir do final da tarde, com as dezenas e dezenas de barraquinhas a serem montadas e o fumo dos cozinhados a elevar- se no ar, juntamente com o cheiro das especiarias, ao som dos batuque dos tambores dos encantadores de serpentes. Um espectáculo de cor, de cheiros, de sons que resulta num cenário quase místico.
Na ultima noite em Marraquexe, escolhemos o restaurante Azar, um libanês, para fechar as hostilidades. Num ambiente estilizado, com mais bailarinas de dança do ventre a acompanhar um menu de mezzes: falafel, húmus, molho de iogurte, pasta de beringela e rolinhos de queijo com menta, entre outros.
A noite não se estende, os dias tem sido longos e no diaa seguinte espera-nos uma viagem até Rabat.
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