E lá voltei dos Estados Unidos e aqui estou para contar como foi. Nos próximos dias, esperem relatos de sítios, dicas de restaurantes, bares, lojas, percursos e afins. Não só sobre Nova Iorque, mas também sobre Miami e sobre as Florida Keys.
Não sei se já o disse, mas nunca é demais repetir: Nova Iorque é a minha cidade favorita – para além de Lisboa, claro.
É a cidade onde gostaria de um dia ter a experiência de viver uns tempos, a cidade onde me sinto em casa, onde me sinto bem. Já lá fui sete vezes e por mim iria uma vez por ano. para descer a Madison avenue, para passear pelo Central Park, para me perder pelas ruas do Soho e do Meatpacking, para conhecer novos restaurantes e bares. Para me sentar em esplanadas a ver a vida passar…
Os táxis amarelos, as senhoras “wasps” com os seus cãezinhos a tira colo, as grandes mamas afro-americanas de regaço farto e batido XL na mão, as Filipinas pequeninas de passos apressados, os fashionistas, os rappers do bairro, os yupiies e as jovens executivas de fatos cinzentos a caminho da city. Todo um mundo de gente, de sonhos, de anseios. Com o cheiro de cachorro quente sempre presente, com as limousines a passarem ao fundo, os arranha céus espelhados a tocarem o céu, as bandeiras americanas a esvoaçarem… Há sempre uma bandeira americana a esvoaçar…
Os pretzels, o Starbucks em cada esquina, a Times Square apinhada de turistas, mendigos e nova-iorquinos a correr, sempre a correr. Que a vida em Nova Iorque parece que que passa ainda mais rápido. E tem a banda sonora das ambulâncias, dos carros da polícia e dos bombeiros que passam velozes por entre o emaranhado dos táxis amarelos. Nas longas avenidas de que Nova Iorque é feita. E bem feita. Tão bem feita. Tão bela. Tão completa quão misteriosa. Tão envolvente. Pelo menos para mim que me confesso apaixonada por esta cidade.
E para começar em bom, logo na primeira noite, avião aterrado e jet lag legado à indiferença, que não há tempo a perder, lá fomos eu e o F. rumo a Greenwich Village – outro dos meus bairros favoritos – para um copo e um petisco num dos gastro púbs mais badalados da cidade nos últimos anos, o Spotted Pig.
Um espaço mini – há pouco ampliado para um segundo andar- pejado de porcos e porquinhos em todas as suas formas e feitios que só não é kitsch, mas muito trendy porque a moda e a qualidade da comida assim o ditaram.
Chegámos por volta das 7h30 e os comensais e afins já eram tantos ou tão poucos que o PR à entrada prontificou-se a avisar que se quisessemos uma mesa contássemos com umas 3 horas de espera. Nem menos.
Não nos intimidámos, renunciámos à mesa e procurámos um lugar ao balcão, comprido, de madeira escura, onde se acotovelavam dezenas de pessoas.
Fala- se alto, a música está alta, só a luz por é média. Mas o conjunto funciona e apesar de tanta gente, o serviço também.
Com a boa vontade de um casal sul- americano, conseguimos um espacinho a um canto do bar e arrancámos as festividades com uma cerveja e um copo de Merlot.
Para acompanhar pedimos um hambúrguer, e uns “Sheep’s Milk Ricotta Gnudi with Brown Butter & Sage”. São ambos maravilhosos. “Confort food” da melhor. Percebemos o sucesso do Spotted Pig apesar de tanto bibellot 🙂
Já em passo de corrida rumámos ao Village Vanguard para uma sexta noite bem nova- iorquina.
Por aqui senhores, silêncio que se vai tocar o jazz. À antiga, que o Village Vanguard tem história e tanto orgulho nela que nem a sala se renova. Ja não se pode fumar há muitos anos por estas bandas, mas o cheiro entranhado revela noites e noites de muita cigarrada.
A sala é mínima, as mesas minis, o palco mini, as paredes pejadas de fotos a preto e branco de antigas lendas do jazz. Mas grande é o talento da banda da noite. Escurinhos e de compleição farta como se quer numa banda de jazz, de vozes roucas e um entusiasmo contagiante. Christian Macbride é o nome. De repente parece que estou num filme do Woody Allen, pelo menos a banda sonora é igual.
Durante uma hora e meia combato o sono com um whisky com soda, embalada pela batida fantástica desta banda.
Para primeiro dia não podia ter corrido melhor. Vou me deitar tão estupidamente cansada como feliz. O meu quarto tem uma janela com vista para a cidade. O meu quarto tem uma janela com vista para Manhantan.
Blog Comments
margarida monteiro
30 de Julho de 2015 at 11:00
Ainda agora comecei a ler o relato da sua viagem a NY e já estou a “morrer” de SAUDADES desta cidade magnifica que conheci pela 1ª vez este ano em Maio. 😉
pelomundo13
3 de Agosto de 2015 at 21:25
Olá Margarida, estou SEMPRE com saudades de Nva Iorque. Se tivesse dinheiro e disponibilidade era cidade a qual iria uma vez por ano. Aos pulinhos 🙂
bjs e boas viagens