Porque é Verão e apetece comida fresca, leve e saborosa…
Salada Maldivas
Os clássicos destinos para lua-de-mel estão longe de ser o meu ideal. Gosto de palmeiras, gosto de mar, gosto de areia branca e a imagem das palafitas plantadas à beira-mar é sem dúvida idílica. Mas acho cansativo, enfadonho e ao segundo dia já estaria, invariavelmente, farta de não fazer mais nada a não ser comer, beber, dar mergulhos e jogar Sodoku.
Por isso não fiquei em êxtase quando, há cerca de três anos, soube que iria passar uma semana às Maldivas: um destino maravilhoso, sem dúvida, mas que fica melhor num bilhete-postal do que propriamente como ponto de chegada no meu cartão de embarque.
Como tal, é fácil perceber que mal aterrei, embora maravilhada com o cenário – ainda é mais bonito do que se imagina – tratei de arranjar forma de me entreter e corri para o centro de desportos naúticos a marcar vários mergulhos, falo de scuba diving, vulgo mergulho com escafandro.
Foi assim que conheci a Rose, dive master, filipina, 30 e tal anos, um peixe dentro de água e uma sereia fora dele.
No final da primeira manhã, depois de duas saídas de mergulhos com muitos tubarões e afins, resolvemos almoçar uma coisa leve: a salada que se segue.
A conversa arrastou-se, a empatia imediata e foi entre tomate e mozzarella que me contou a sua história. Filipina, nascida numa ilha de nome improvável, pai pescador e mãe vendedora de peixe, desde as primeiras braçadas percebeu que a sua vida sempre iria passar pelo mar. Como desde cedo se tornou vegetariana, seguir as pisadas dos pais estava fora de questão. O primeiro curso de mergulho, oferecido pelo namorado australiano, traçou-lhe o destino. Quando deu por ela era guia de scuba dive nas ilhas Phi Phi, na Tailândia. Um paraíso que lhe trouxe sorriso e lágrimas, ou não estivesse lá no fatídico dia de 26 de Dezembro de 2004 quando se deu o tsunami.
“Não senti nada, estava dentro de água a mergulhar com um grupo de turistas, e só quando vim à tona percebi o que se tinha passado, as ilhas estavam completamente destruídas”, contou-me ela nesse almoço longo.
Nas Phi Phi ficou mais dois anos, a ajudar na reconstrução e depois partiu. Trouxe com ela um punhado de memórias. E o gosto pela vida. “Podemos perder tudo de um momento para o outro, é essencial tirarmos cada dia prazer das coisas mais simples.”
Como esta salada. Simples. Sem truques. Mas que pode dar mais côr a um dia.
Corte os tomates às rodelas finas. Tempere com sal e um fio de azeite. Por cima de cada rodela, coloque uma fatia fina de queijo mozarella di bufala. Remate com uma colher de café de pesto em cima de cada rodela.
Molho de pesto caseiro
- 2 molhos de manjericão
- 3 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
- 1 dente de alho
- 1 colher de sopa de pinhões
- 6 colheres de sopa de azeite
- sal
Coloque o alho, o sal e as folhas do manjericão numa trituradora e moa até que fique uma pasta. Junte os pinhões, o queijo e um pouco de azeite e moa novamente. Vá adicionando o azeite pouco a pouco, conforme goste do pesto mais ou menos espesso.
Esta receita é do livro “Pelo Mundo com os Tachos”
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