É bom acordar no paraíso mas não era preciso era ser tão cedo. Na praia do Inhame os galos começam a cantar às 4 e meia da manhã. É da maneira que aproveitamos mais o dia…
Pequeno almoço tomado à beira-mar e lá rumamos até ao Ilhéu das Rolas a pouco mais de 10 minutos de barco.
A chegada às Rolas não é propriamente idílica, mal desembarcamos deparo-me com um grupo de locais a esventrar um porco. Há imagens mais bonitas. Há porcos ( vivos) e cabras a passear pela praia.
Vamos até ao Pestana Equador, o lodge da ilha, e fico bastante desapontada. As casinhas são engraçadas, uma grande piscina, um relvado bem cuidado mas a praia, e estamos numa ilha em que pouco ou nada há para fazer, tem mais pedras que areia e a maré é tão baixa que tomar banho no mar é impossível. Pelo menos na maré baixa, o que como se sabe, não é menos do que metade do dia.
Como safa há uma praia ou pouco mais distante, a Praia Café, onde se pode tomar banho independentemente da maré mas não tem qualquer tipo de apoio de praia, espreguiçadeira, toldo, nada… é pouco, muito pouco.
Uma hora depois regresso ao meu querido eco lodge da Praia Inhame que pode não ter ar condicionado mas tem uma praia fantástica e sabe se lá porquê, sem ninguém. Um areal só para nós, um mar fantástico.
Pronto, vá, de vez quando aparece ou um outro pescador a aportar a barcaça com o produto da faina: barracuda, peixe azeite, peixe fumo e outros exemplares de nomes estranhos.
Almoçamos no restaurante à beira-mar, peixe fumo e barracuda acabado de pescar, banana frita e legumes, a ouvir como música de fundo Carlos do Carmo e o cantar dos galos com o som das ondas a rebentar na areia. Uma mistura tão estranha como agradável…
Arrancamos depois de mais um mergulho, as condições da estrada transformam 50 km numa viagem de duas horas e meia e não queremos chegar de noite à cidade.
No caminho ainda paramos na Roça Água Izé, muita gente pelas ruas, as casas a cair, jovens adultos a jogar à bola, as crianças pedem doce e correm atrás do carro. Trabalha-se pouco, não têm quase nada, mas os São Tomenses parecem felizes com esse modo de vida. E quem somos nós para dizer que trabalhar mais e ter mais é a soma perfeita para a felicidade?
Mais à frente na praia Messias Alves onde está agora o lodge Santana, miúdos lançam -e para as águas todos nus, os barcos perfilados na areia. Haja peixe, banana e fruta-pão e pelo menos fome não há na ilha.
Chegamos à cidade ainda a tempo de passar pelo CACAU, uma associação artística criada num antigo armazém da época colonial, onde hoje em dia se promove a arte local.
Antes do jantar ainda vamos beber uma cerveja ao Filomar, um restaurante à beira-mar com uma bonita vista e um serviço lento, lento.
Aliás, ao jantar o serviço não será melhor, é denominador comum o vagar na ilha.
Jantamos na Dona Tete, o restaurante mais afamado de São Tomé. Uma cozinha aberta virada para um relvado onde se vão montando mesas à medida do número de clientes que chegam.
E chegam muitos. O número de empregados é que se mantém sempre o mesmo, 2 apenas. Na cozinha Dona Tete de vestido de capulana até aos pés não tem mãos a medir. E ainda adormece um bebé às costas. E ainda carrega travessas de peixe para as mesas, e ainda passa a pedir desculpa pela demora, e ainda posa para um foto com um ou outro cliente.
Peixe é o prato da casa, barracuda, cherne e outros. Pedimos cherne que vem grelhado, pincelado com um molho a atirar para o picante, maravilhoso. Banana frita, legumes, fruta pão. É fácil perceber a fama da Dona Tete depois de provar o peixe.
Acabamos o dia já noite tarde, amanhã espera-nos uma viagem de avião logo cedo, Principe aí vamos nós…
Blog Comments
JOAQUIM SILVA
25 de Novembro de 2018 at 11:18
Olá!
Como chegar ao ilhéu das rolas? Há barco regular? Contrata-se? Pode-se fazer ida e volta no mesmo dia?
pelomundo13
27 de Novembro de 2018 at 8:24
A partir do inhame eco lodge tem um barquinho que pode alugar. a travessia são cerca de 15 minutos. boa viagem!!!!